"Dizem que o ribeirinho vive uma vida tranquila, calma, simples, longe dos problemas do dia-a-dia tumultuado de quem vive na cidade. Mas até onde isso é verdade?"
Na pequena Arapapú, os moradores deste pedaço de chão circundado pelas águas, localizado ás proximidades do município de Abaetetuba, vivem em contato com a mãe natureza bem mais do que se pode imaginar. Em sua maioria vivem da pesca, notadamente do matapi que todas as noites "despescam" encontrando o camarão que lhes garante a sobrevivência; outros encontram o pão de cada dia na rede "malhadeira" que braços fortes colhem, quase a mesma hora.
Uma vida simples, típica de quem sonha em viver na tranquilidade. O problema ocorre quando as centenas de moradores desta localidade sentem necessidade de um atendimento médico
, suas esposas precisam de acompanhamento pré natal. E nem sempre encontram em Abaetetuba, cidade mais próxima, embora distante quase duas horas de viagem em barco estilo rabetta.
E se o caso for de urgência, e a necessidade se estender em uma viagem até Belém, a capital? Então, o caldo engrossa.
Em outro cenário, em outro espaço físico, porem na mesmice da carência social, desta vez em Marituba, município situado ás margens da BR 316, médicos lastimam que seus pacientes não seguem a risca as normas de higiene. No íntimo eles conhecem a necessidade de bairros distantes, como Nova Marituba. Rua do Fio e Bairro Novo. Sem esgoto, água encanada rara em algumas casas.
Não muda muito, não. No Lago Grande, região do Tapajós, os ribeirinhos também se ressentem de apoio da saúde pública. Mas como estender seus tentáculos, se a mão da providência social se encontra engessada, em muitos casos pela falta de recursos, pura e simplesmente? Eis a questão.
Em se tratando de educação pública, existem localidades onde as escolas são precárias em sua estrutura física, o que dizer do material educacional, ou dos instrutores? Muitos destes leigos; formado por pessoas que tem boa vontade em ensinar a quem tem muita vontade em aprender, mas falta o preparo para a função de mestre. E isso custa dinheiro, tempo e material humano remunerado dignamente para a função.
A única certeza que tem os que moram longe dos grandes centros, é que muitos políticos vão bater em suas portas. O momento é político. E com a mesma força das águas que lhes destroi as terras, eles vão surgir do nada. Muito desaparecem depois, na mesma fumaça do oportunismo que os trouxe.
Mas o agricultor, o ribeirinho, este não perde sua fé. A vontade futura em ver seus filhos crescidos, estudando em uma cidade grande e lutando prá ter uma vida melhor do que estas que vivem. Enquanto vivem simples e feliz, se não levarmos em conta as dificuldades que passa, seja morador de beira do rio ou das margens da estrada.
"Dizem que o ribeirinho vive uma vida tranquila, calma, simples, longe dos problemas do dia-a-dia tumultuado de quem vive na cidade. Mas até onde isso é verdade?"
Na pequena Arapapú, os moradores deste pedaço de chão circundado pelas águas, localizado ás proximidades do município de Abaetetuba, vivem em contato com a mãe natureza bem mais do que se pode imaginar. Em sua maioria vivem da pesca, notadamente do matapi que todas as noites "despescam" encontrando o camarão que lhes garante a sobrevivência; outros encontram o pão de cada dia na rede "malhadeira" que braços fortes colhem, quase a mesma hora.
Uma vida simples, típica de quem sonha em viver na tranquilidade. O problema ocorre quando as centenas de moradores desta localidade sentem necessidade de um atendimento médico, suas esposas precisam de acompanhamento pré natal. E nem sempre encontram em Abaetetuba, cidade mais próxima, embora distante quase duas horas de viagem em barco estilo rabetta.
E se o caso for de urgência, e a necessidade se estender em uma viagem até Belém, a capital? Então, o caldo engrossa.
Em outro cenário, em outro espaço físico, porem na mesmice da carência social, desta vez em Marituba, município situado ás margens da BR 316, médicos lastimam que seus pacientes não seguem a risca as normas de higiene. No íntimo eles conhecem a necessidade de bairros distantes, como Nova Marituba. Rua do Fio e Bairro Novo. Sem esgoto, água encanada rara em algumas casas.
Não muda muito, não. No Lago Grande, região do Tapajós, os ribeirinhos também se ressentem de apoio da saúde pública. Mas como estender seus tentáculos, se a mão da providência social se encontra engessada, em muitos casos pela falta de recursos, pura e simplesmente? Eis a questão.
Em se tratando de educação pública, existem localidades onde as escolas são precárias em sua estrutura física, o que dizer do material educacional, ou dos instrutores? Muitos destes leigos; formado por pessoas que tem boa vontade em ensinar a quem tem muita vontade em aprender, mas falta o preparo para a função de mestre. E isso custa dinheiro, tempo e material humano remunerado dignamente para a função.
A única certeza que tem os que moram longe dos grandes centros, é que muitos políticos vão bater em suas portas. O momento é político. E com a mesma força das águas que lhes destroi as terras, eles vão surgir do nada. Muito desaparecem depois, na mesma fumaça do oportunismo que os trouxe.
Mas o agricultor, o ribeirinho, este não perde sua fé. A vontade futura em ver seus filhos crescidos, estudando em uma cidade grande e lutando prá ter uma vida melhor do que estas que vivem. Enquanto vivem simples e feliz, se não levarmos em conta as dificuldades que passa, seja morador de beira do rio ou das margens da estrada.
Por: Carlos Cruz/ Fotos Helly Pamplona
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