sexta-feira, 27 de junho de 2014

Culinária

INGREDIENTES DA CULINÁRIA PARAENSE 
Ingredientes da terra faz com que nossa culinária tenha sucesso dentro e fora do País. 















Considerada por muitos como a única gastronomia verdadeiramente brasileira, justamente pela fidelidade aos ingredientes da terra, a culinária paraense vai, aos poucos, ganhando destaque no mundo inteiro. O exotismo dos seus pratos principais, assim como o sabor único das frutas e a infinidade de temperos disponíveis fazem dessa cozinha uma referência cada vez mais forte para aqueles que buscam os sabores do Brasil. “Não é à toa que os chefes europeus estão vindo ao Pará com muita frequência. Os nossos ingredientes estão fazendo um grande sucesso lá fora. Agora, só falta o próprio paraense descobrir e valorizar ainda mais a sua cozinha, que, ao contrário do que se pensa, não se restringe apenas ao pato no tucupi e à maniçoba”, destaca o chefe Fábio Sicília, mineiro de nascimento e radicado em Belém desde a sua infância. 
Com origens paraenses, Fábio Sicília praticamente nasceu dentro de um restaurante. Aos 15 anos, com a morte de seu pai, precisou assumir, junto com a irmã, a direção dos negócios da família, pois a culinária sempre foi a principal fonte de renda. Mais tarde, já adulto, decidiu consolidar os conhecimentos adquiridos em anos de prática, formando-se em uma escola italiana de gastronomia.
O chefe se diz apaixonado pela riqueza da cozinha paraense e garante abusar dos itens que a compõem nos seus pratos, ainda que, à primeira vista, muitos dos nossos ingredientes possam parecer impossíveis de se misturar com certos tipos de alimentos. “Costumo utilizar técnicas italianas e francesas na preparação dos pratos, mas os ingredientes são tipicamente paraenses. Gosto muito dos nossos peixes, dos nossos temperos, da castanha do Pará, e do nosso tucupi, que, para mim, é algo fora do comum”, observou. O tucupi é muito utilizado pelo chefe amapaense Ofir Oliveira. Assim como Fábio, embora nascido em outro estado, Ofir se estabeleceu no Pará ainda bem jovem, na região de Bragança, onde ele descobriu a sua vocação: a cozinha. De Bragança, Ofir trabalhou em restaurantes do Rio de Janeiro, voltou ao Pará e, daqui, seguiu para a França, onde os seus inventos culinários colocaram o Pará em destaque no cenário da gastronomia mundial. O chefe chegou a ser capa de algumas das principais revistas europeias da área. Hoje, ele ministra aulas sobre a culinária amazônica para turmas de gastronomia em Santa Catarina, no sul do País. No último mês de julho, trouxe, inclusive, cerca de 20 alunos para conhecer a culinária paraense.
Segundo o chefe Ofir, a culinária paraense vem obtendo em nível internacional um grande destaque, mas ainda é preciso criar uma política para a valorização da gastronomia em nível governamental. Segundo o chefe, é fundamental o apoio e investimento das autoridades estaduais e municipais na difusão e divulgação da nossa cozinha, a partir de uma perspectiva cultural. “O meu grande sonho é fundar um restaurante-escola em Bragança, a partir do qual poderíamos realizar intercâmbios com chefes e restaurantes europeus, trazendo-os para cá levando os alunos para lá. Nesse restaurante, os alunos, que seriam escolhidos pela própria comunidade, estudariam todos os aspectos da culinária, desde a criação dos animais, a parte administrativa e, claro, as técnicas de cozinha”, diz ele, que é o fundador do “Sabor Selvagem”, uma associação que visa difundir a culinária amazônica em nível internacional e do slow food, um movimento mundial em prol da gastronomia ecologicamente correta. (Elck Oliveira - Diário do Pará)


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