sexta-feira, 1 de abril de 2016

Pesquisa revela alto índice de contaminação por mercúrio em Reserva Yanomamis

"O levantamento foi feito em 19 aldeias da reserva nas regiões de Papiú e Waikás, onde ficam as etnias Yanomami e Ye’kwana, em novembro de 2014. Na região, foram coletadas 239 amostras de cabelo e 35 amostras de peixe, principal alimento dos indígenas".


Estudo recente coordenado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto Socioambiental (ISA) realizado na reserva Yanomami (RR) mostra que em algumas aldeias indígenas, 92% das pessoas examinadas estão contaminadas por mercúrio. A pesquisa teve a coordenação do pesquisador da Fiocruz, médico Paulo César Basta e realizada em parceria com o ILMD/Fiocruz Amazônia e Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ).
Índice considerado altíssimo por especialistas, é resultado direto da contaminação ambiental causada por milhares de garimpos ilegais que exploram o solo à procura de ouro naquela região, utilizando como base o mercúrio.

Conforme o pesquisador do ILMD/Fiocruz Amazônia, Jesem Orellana – que participou da coleta de dados – essa pesquisa é inédita em populações indígenas do Brasil, pois até então, as discussões em torno do impacto dos garimpos ilegais nas aldeias indígenas giravam sobre a invasão do território e da contaminação do meio ambiente.
O levantamento foi feito em 19 aldeias da reserva nas regiões de Papiú e Waikás, onde ficam as etnias Yanomami e Ye’kwana, em novembro de 2014. Lá, foram coletadas 239 amostras de cabelo e 35 amostras de peixe, principal alimento proteico dos indígenas.
Diversos estudos científicos associam a contaminação por mercúrio a problemas neuropsicomotores, déficit cognitivo, dificuldade de aprendizagem, falta de concentração, dificuldades na visão. Na gestação, o principal risco da contaminação é a mãe gerar um bebê com má-formação.
A pesquisa já foi tabulada e será publicada brevemente em revistas científicas, segundo informou Jesem. Mas, o relatório com o resultado do estudo e os relatos dos indígenas já foi entregue para autoridades do Estado de Roraima, para a Polícia Federal – que investiga a exploração ilegal de garimpos na região -, para o Ministério Público Federal (MPF), para a Fundação Nacional do Índio (Funai), para o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e para a Relatoria Especial para os Direitos Indígenas da ONU.
*Com informações da assessoria de imprensa/Foto ACRITICA.COM


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