quarta-feira, 16 de março de 2016

O colorido turístico da Feira do Ver-o-Peso !!!

”O Ver-o-Peso, com sua Feira tradicional, é um dos cartões postais mais bonitos e coloridos da Amazônia. Confira nas fotos de David Belém e Helly Pamplona, uma viagem pelo imaginário, em parte, de uma das maiores feiras livres localizada na capital, Belém, o Portal da Amazônia”.



A história do Ver-o-Peso está diretamente ligada à da cidade de Belém do Grão-Pará. Fundada em 1616, num promontório margeado pelo igarapé de nome Piri, que desagua na Baía do Guajará no ponto em que se vislumbra a desembocadura do caudaloso rio Guamá, logo nos primeiros tempos, no século XVII, a aldeia - referida como "cidade do Pará" - cresceu em torno do Forte do Castelo, e do Colégio e Igreja dos Jesuítas, embrião da atual capital.
Criado com objetivos fiscais, foi a partir de então que o porto do Piri entrou para a "economia formal", passando a se chamar o "lugar de ver o peso", nome que a tradição oral há mais de 300 anos soube preservar.
Um ano depois, em 1689, desembarcou no Ver-o-Peso, vindo das missões dos Omáguas do alto Amazonas, o padre jesuíta Samuel Fritz, autor da carta geográfica mais completa da Amazônia até o século XVII.

Também ali aportou o cientista Charles Marie de La Condamine, quando veio à Amazônia, em 1749, fazer as primeiras medições da circunferência terrestre. Dali embarcou, em 1783, Alexandre Rodrigues Ferreira para a primeira expedição científica luso-brasileira à Amazônia, que duraria 10 anos e reuniu grande coleção zoológica e etnográfica, além de rica iconografia hoje guardada na Biblioteca Nacional.
Ao longo de todo o século XVIII, o Ver-o-Peso assistiu aos principais eventos e acompanhou as mudanças urbanísticas que a cidade sofria, em seu crescimento para a outra margem do igarapé do Piri. A conformação cultural do Mercado foi sendo impregnada pelas gentes que chegavam: escravos indígenas dos sertões amazônicos dos rios Negro, Japurá, Solimões e Madeira, negros de Angola e Benguela, colonos portugueses vindos de África e da Metrópole, comerciantes de escravos e drogas do sertão, missionários, cientistas e militares. A Língua Geral, ou Nheengatu, ensinada pelos missionários, era falada por todos. No Ver-o-Peso, ainda naquele século, aportaram no Grão-Pará as primeiras mudas de café vindas de Cayena pelas mãos de Francisco de Melo Palheta, as quais, mais tarde, mudariam a economia e a história do Brasil.

Nos últimos anos foram realizadas duas grandes reformas no Mercado Ver-o
-Peso. A primeira aconteceu em 1985, na administração municipal de Almir Gabriel, quando o Mercado de Ferro, com suas torres, colunas e escadas todas em ferro, forjadas em Londres e Nova York e montadas no local, foi restaurado. Também o Solar da Beira, construção em estilo neoclássico, passou por reformas e foi transformado em restaurante e espaço cultural da cidade.

 A Praça do Pescador e a feira livre também ganharam melhorias, como também a construção da Praça dos Velames e de barracas padronizadas. Em 1998, foi iniciada uma segunda grande reforma no Ver-o-Peso, sob responsabilidade da Prefeitura de Belém, na gestão de Edmilson Rodrigues, com o objetivo de intervir na feira em âmbito geral, contemplando, assim, aspectos que vão do paisagístico ao que diz respeito à qualificação dos feirantes no atendimento ao público. Essa reforma continuou até o ano de 2002, sendo realizada por etapas.
Fonte: INRC Ver-o-Peso, 2010, Iphan/PA

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