segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Paraenses são maioria entre migrantes em Manaus


Eles consideram a capital como "terra de oportunidades".

Atraídos pelas oportunidades no mercado de trabalho, milhares de migrantes escolhem em Manaus a terra para viverem. A maior metrópole da Região Norte do Brasil tem sua população composta por pessoas oriundas de várias regiões e estados brasileiros, que encontraram oportunidades e formaram suas famílias em solo manauense. Nesse grupo, os paraenses aparecem como os que mais migraram para Manaus.
O jargão popular "quem come Jaraqui, não sai mais daqui" se tornou familiar para muitos paraenses que vieram para Manaus
e fizeram da capital amazonense seu novo lar.
Jornalista paraense destacou acolhimento e oportunidades em Manaus (Foto: Arquivo Pessoal)Jornalista paraense destacou acolhimento e oportunidades em Manaus (Foto: Arquivo Pessoal)Bruno Tadeu já reside em Manaus há quase oito anos (Foto: Arquivo Pessoal/Bruno Tadeu Moraes)Bruno Tadeu já reside em Manaus há quase oitoanos (Foto: Arquivo Pessoal/Bruno Tadeu Moraes)
Arte imigrantes Manaus (Foto: G1  AM')
Até 2010, os migrantes representavam 6,83% da população composta por mais de 1, 8 milhão de pessoas. Os dados são os mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que traçou com o Censo 2010 as origens da população de Manaus. (veja ao lado)
Segundo o IBGE, o Pará é o estado com maior número de migrantes em Manaus. A presença de paraenses na capital ultrapassa o número de 125 mil. Dois estados do Nordeste ocupam a segunda e a terceira posições na quantidade de migrantes na capital amazonense: Maranhão e Ceará.
O Acre e o Rio de Janeiro também estão entre os cinco estados brasileiros com maior presença em Manaus. Juntos, os acrianos e fluminenses correspondem a 23.478 pessoas. Os números podem ter variado no período posterior ao estudo do IBGE, nos últimos, cinco anos.
De vizinho à manaura
O ditado é capítulo da história da família da dona de casa Celene Monteiro, de 53 anos. O pai dela veio para capital amazonense em 1970 e, dois anos depois, toda a família passou a residir em Manaus.
"O meu pai trabalhava na construção civil em Belém e viemos para Manaus porque ele foi transferido para trabalhar como mestre de obras. Fomos bem recebidos quando chegamos, fizemos boas amizades e cada um conseguiu construir uma história aqui", comentou Celene.
43 anos depois, a paraense de Belém não pretende deixar a cidade. Ela conta que, ao longo das quatro décadas, criou raízes na cidade. Até hoje, ela e os seis irmãos moram em solo manaura.
"Minhas irmãs conseguiram trabalho como professora em Manaus, cursaram o magistério e exerceram. Tenho um irmão que passou em concurso público e hoje é fiscal da Sefaz. Outro se tornou administrador. Todos conseguiram algo. Sou paraense, mas não pretendo voltar a residir em Belém. Me sinto muito bem na cidade e considero Manaus como minha casa", revelou a paraense.
Celene Monteiro classifica Manaus como uma terra de oportunidades. "O que não falta aqui é trabalho", completou.
A capital do Amazonas também é o lar do jornalista paraense Cleidimar Pedroso, de 29 anos. Natural de Santarém, Cleidimar faz parte da terceira geração da família que deixou o Pará e passou a residir em Manaus. Primeiro foi o tio, em 1970, e em seguida o irmão, em 1997. O jornalista está em Manaus desde 2005.
"Primeiro veio meu tio, depois meu irmão para fazer vestibular e ficou após aprovação. Quando foi no ensino médio, como meu irmão já estava em Manaus com estabilidade e tinha passado em concurso, perguntou se eu queria vir. Fiz o ensino médio e cursei jornalismo na Ufam. Permaneci na cidade depois de concluir a graduação", contou Cleidimar.
O que motivou a permanência do jornalista? As oportunidades no mercado de trabalho em Manaus. "Eu já trabalhava aqui e vi que o mercado em Manaus tinha mais oportunidades do que na cidade onde eu nasci", justificou.
A mudança venceu o bairrismo entre os estados. A "rixa" entre paraenses e amazonenses foi praticamente superada, segundo o jornalista. "Não ouço ninguém fazendo piadas ou chacotas por eu ser paraense. Naquela época, essas brincadeiras eram mais comuns por conta da idade. Reduziu bastante e eu fui bem acolhido. A cidade é muito acolhedora, mas é preciso que as pessoas cuidem mais de Manaus e falta um pouco mais de amor pela cidade", afirmou Pedroso.
Além das oportunidades profissionais, o paraense também tem outra razão, com nome e sobrenome, para ficar em Manaus: a esposa Natália Lucas. "Foi aqui que conheci minha esposa, em 2013. Já percebi que minha vida é aqui em Manaus. Minha família vai ser formada aqui, temos planos e laços para nossa vida em Manaus", disse Cleidimar Pedroso.
A história de Cleidimar se assemelha à de outro jornalista paraense que agora chama Manaus de lar. Na capital amazonense desde dezembro de 2007, Bruno Tadeu Moraes, de 26 anos, também define a cidade como uma terra de oportunidades. Após a mãe dele ser promovida a uma loja que tinha matriz na capital amazonense, ele e a família saíram do Pará em direção ao Amazonas.
"Belém era uma cidade com pouca oportunidade de emprego. Percebemos no Amazonas uma grande diferença em termos de trabalho, pois em pouco tempo conquistamos nosso espaço no mercado, completamos curso superior e hoje colhemos muito bem os frutos das oportunidades que encontramos aqui", resume.
Apesar de sentir falta da terra natal - até hoje Bruno é torcedor do Paysandu -, o jornalista tem uma relação forte com a capital amazonense. Em Manaus, ele conseguiu se firmar na profissão e constituiu família. Agora, ele e a noiva – que é manauense – esperam pela chegada da primeira filha, que terá sangue baré. “Posso dizer que Manaus foi sinônimo de desenvolvimento pessoal e profissional para mim. Provavelmente vou ficar aqui por um longo tempo. Minha filha é fruto dessa história também e será uma linda amazonense”, garante.

Adneison SeverianoDo G1 AM

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