terça-feira, 20 de outubro de 2015

Horário de Verão começou no século 18, nos EUA

Benjamin Franklin dizia que a mudança no horário seria necessária para gerar “economia tanto em velas como em querosene”.



No Brasil, um estudo realizado recentemente, concluiu que o corpo humano precisa de ao menos 14 dias para se adaptar totalmente ao Horário Brasileiro de Verão, (HBV). Enquanto essa adequação não ocorre, são comuns problemas como falta de atenção, de memória e sono fragmentado.
O objetivo do HBV é economizar cerca de 4% da energia consumida no país, de acordo com estimativa do Operador Nacional do Sistema Elétrico, o órgão governamental que controla o setor. A medida é comum em muitos países, não apenas no Brasil, onde as regiões Norte e Nordeste não foram incluídas na alteração do horário.

As primeiras ideias sobre o tema surgiram no fim do século 18 e um de seus maiores defensores foi o patriarca americano Benjamin Franklin. Ele dizia que a mudança no horário era necessária para gerar “economia tanto em velas como em querosene”, segundo o pesquisador Guilherme Silva Umemura.
De acordo com ele, o horário de verão começou a ser adotado na década de 1930 no Brasil. Mas as discussões acadêmicas significativas sobre seu impacto na saúde começaram nos anos de 1970.

O estudo desenvolvido por Umemura no Grupo Multidisciplinar de Desenvolvimento e Ritmos Biológicos, vinculado ao Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, se enfocou em como a mudança no relógio influi na temperatura do corpo humano.
“Com a mudança no horário as pessoas são obrigadas a acordar mais cedo e isso gera uma série de modificações fisiológicas no organismo”, afirmou.

Fadiga



Segundo ele, a temperatura do corpo começa a subir mais cedo do que antes do horário de verão. Isso aponta para uma desestabilização entre os ritmos da temperatura corporal e da atividade de repouso.
"Essa dessincronização entre diferentes ritmos gera problemas. Desde problemas fisiológicos como distúrbios de sono”.
"A pessoa fica mais propensa a ter deficits de atenção, pode ter maior fadiga durante o dia, problemas para dormir, fragmentação do sono e até mesmo a diminuição da duração do sono”, disse ele.
Para pesquisador da USP Guilherme Silva Umemura, mudança de horário com variação na temperatura corporal

A falta de atenção e a fadiga, afirma, podem ser causadores de acidentes de trânsito e acidentes de trabalho.
No começo do horário de verão, de acordo com ele, a maior incidência do sol em horários considerados noturnos faz o organismo atrasar seu ritmo. Isso faz com que a pessoa tenda a ficar mais tempo acordada por sentir sono mais tarde – o que afetaria negativamente o sono noturno
Os grupos mais afetados são os adolescentes e os jovens adultos, segundo o pesquisador.

Adaptação

Porém, na maioria dos casos aos poucos o corpo começa a “se acostumar” com a nova rotina. "No nosso trabalho nós observamos que 14 dias seria o mínimo necessário para a pessoa se adaptar ao horário de verão", disse Umemura.
Mas, de acordo com ele, embora isso seja menos comum, para algumas pessoas os sintomas podem perdurar até fevereiro, quando ocorre a mudança para o horário normal.
Para chegar a essas conclusões Umemura fez uma pesquisa, monitorando dia e noite com aparelhos um grupo de cerca de 20 pessoas – tanto no início como no fim do horário de verão do ano anterior.
O assunto da influência do tempo no corpo das pessoas – a chamada cronobiologia – deve ser até tema de um simpósio latino-americano no Estado de São Paulo, em novembro.
A mudança de horário afeta mais quem tem rotinas mais rígidas de trabalho. Mas para quem tem maior flexibilidade de tempo, o recomendado é tentar minimizar os efeitos da mudança. Uma receita é ir acordando 15 minutos mais cedo diariamente, para que a transição ocorra aos poucos. 
* Reportagem de Luis Kawaguti / BBC Brasil


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