Com perseverança e boas Ideias o sustento familiar é garantido na vida rural amazônica.
Santarém é considerada pelos moradores, como uma cidade de
médio porte por conter aproximadamente uma população de trezentos mil
habitantes, parte desses moradores ainda vive e dependem do trabalho de
lavoura, no campo e no ribeirinho. Um trabalho que exige muito esforço e
dedicação, contando praticamente pelos recursos naturais que a própria floresta
proporciona as famílias que se emprenham neste estilo de vida. Mas em especial
registramos a vida e sobrevivência de um casal simpático e humilde que desenvolvem
suas atividades na área rural de Santarém. Seu Antônio Sebastião Viana de
Souza, conhecido como Sabá e sua esposa Ocileide, que hoje moram sós, pois já
criaram e encaminharam seus três filhos que vivem suas vidas independentes e
bem sucedidas. Tivemos o privilégio em ficar hospedados por alguns dias em sua
casa em Santarém, acompanhando de perto um estilo de vida cheio de
criatividade, ideias e meios de sobrevivência.
Casados há 31 anos, Sabá e Ocileide, criaram seus três
filhos de uma forma muito simples e humilde, proporcionando-lhes um futuro
digno e de possibilidades. Sabá conta que foi preciso sair de Santarém algumas
vezes para trabalhando como encanador e metalúrgico, mas foi com os trabalhos
rurais em Santarém que teve uma vida de desafios e resultados. O trabalho na
colônia começou com a plantação de cana de açúcar em um pequeno sitio há 35
quilômetros de Santarém, adquiridos com muitos esforços e economia. Quando a
plantação de cana de açúcar estava pronta para colher, o casal conseguiu comprar
uma engenhoca, maquina usada para retirava à garapa da cana. Dona Ocileide
acordava às três e meia da madruga para fazer o café, às quatro horas começavam
a extrair da cana de açúcar o caldo da garapa que enchiam os litros para vender
na comunidade, depois de um tempo começaram também a fazer melado do caldo de
cana para preparar o meu de cana, muito bem consumido pela população. Isso fez
com que seu Sabá tivesse a ideia em adquirir um engenho, no objetivo em ampliar
sua produção, pois a procurar do meu de cana aumentava a cada dia, isso
aconteceu há 22 anos atrás. Sabá negociou com um amigo algumas peças de um
antigo engenho, mas faltavam muitas outras, o jeito era confeccionar
manualmente cada peça que faltava, mas as dificuldades eram grandes e a energia
elétrica do sítio não tinha força suficiente para movimentar as engrenagens,
necessitava de autos custos dos serviços de tornearia e de recursos
financeiros, eram muitos os detalhes e peças para conclusão do engenho. Isso
tornou inviável a produção do mel, pois na medida em que a produção aumentava
os custos também se elevavam: aluguel de um engenho, o transporte da cana, mão
de obra para beneficiar o canavial, etc... O trabalho com o meu de cana se
tornou inviável sendo preciso então deixar o sonho do engenho de lado por todo
esse tempo. Mas a perseverança em dar boa educação e bom sustento para os
filhos não ficaram de lado. Uma jornada de perseverança, boas ideias e muito
trabalho, estava só começando na vida e na família de seu Sebastião. O
beneficiamento e a venda do açaí foi uma boa alternativa para não para o
trabalho, mas não eram o suficiente para o sustento familiar, foi preciso uma
boa dose de ideia e criatividade para seu Sabá melhorar seus ganhos
financeiros, neste período, Alison seu filho, começou a trabalhava como ajudante em uma pequena
fabrica de vassoura, mas que logo foi a falência. Passando-se alguns dias
Alison passou a ideia de fabricar as vassouras para seu pai que teve um pouco
de duvidas, mas topou. No fundo do quintal da casa montaram um pressa
improvisada e começaram a fazer as vassouras, como seu Sabá já tinha a
experiência em vender garapa, mel de cana e açaí, não foi difícil comercializar
a produção de vassouras, Alison também teve a ideia em compra um rodo para
desmontar e aprender a fabricar. O negocio estava dando certo e gerando
investimentos em equipamentos e matérias para aumentar a produção, chegavam a
fazer varias dúzias de vassouras e rodos por dia, era um trabalho de equipe em
família que dava muito resultados. Depois foi a vez de fabricar ancinho e cabos
de ferramentas agrícolas. Sua esposa e filha Darlen confeccionavam flanelas e
saco de coar café. A improvisada fabrica de vassouras já contava com uma gama
de produtos domésticos e cresceu de uma forma que não comportou, mas no quintal
da casa, sendo transferida para um barracão no sitio. Seu Sabá conseguiu
adquirir um maquinário suficiente para a fabricação de muitas outras coisas
como; cabos e bases de vassouras e rodos para outras fabricas. Hoje os filhos
de Sabá já não dependem, mas do trabalho rural, mas são gratos pelo pai e a mãe
que não mediram esforços para dar-lhes o melhor. Hoje seu Sabá também fabrica
peças importantes da agricultura familiar, uma delas chama-se “catitu” peça de
madeira que tem nome de bicho e serve para triturar a mandioca na fabricação da
farinha. Os trabalhos hoje contam com seu Sabá e Hugo seu ajudante, juntos dão
conta de manter a fabrica de vento e poupa. Tem mas o casal ainda dão conta em
criar algumas cabeças de gado e cultivar macaxeira, milho, cupuaçu e cana de
açúcar.
No mês de junho Sabá e família foram ao Rio de Janeiro para
assistir a formatura de Sargentos da Marinha, onde seu filho Marquinho também
faz parte. Para o filho um sonho realizado, mas para os pais uma realização de
anos de dedicação. Mas outra realização que Sabá esta preste a realizar, e o
funcionamento do tão sonhado engenho, pois já conseguiu concluir uma caixa de
engrenagens para redução de força para dar conta de funcionar seu engenho. Tudo
no seu tempo, mas com sucesso e fé em Deus a família comemora a generosidade
que Deus teve com ele em uma terra fértil como a Amazônia.
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