terça-feira, 21 de setembro de 2010

Paraense tem pior renda na região Norte

Média per capita no Pará é a menor em relação aos demais Estados
-Evandro Flexa Jr.
O trabalhador paraense possui hoje a pior renda individual média da região Norte e a 10ª pior dentre os 26 Estados brasileiros e mais o Distrito Federal (DF).  Os números, apurados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e divulgados esta semana, mostram que o Estado com o maior PIB (Produto Interno Bruto) do Norte detém uma renda média individual de R$ 332,24.  Com exceção do Pará, todas as unidades federativas nortistas têm renda individual superior a 75% do salário mínimo, ou seja, acima de R$ 382,00.
No ranking nacional de renda individual, o Pará, que ocupa hoje a 18ª posição, perdeu nos últimos dez anos duas colocações.  Em 1999, a renda individual média era de R$ 273,27, ou seja, a 16ª melhor do Brasil.  A pesquisa mostra ainda que, durante a última década, a renda do paraense deteve a quinta pior variação do País (17,7%), ficando abaixo da média nacional, que é de 25,8%.
As famílias do Pará - Estado com maior

número de habitantes do Norte - possuem a 7ª pior renda per capita do País, fechando em 2009 com R$ 413,65.  Dentre as 26 Unidades Federativas do Brasil, além do DF, o Pará ocupa a 21ª posição no ranking de renda familiar per capita média.  Segundo a pesquisa da FGV, este é o pior índice da região Norte - que tem o Acre como o seu melhor representante (R$ 681,03).
Este cenário - que se apresenta de forma negativa - já foi melhor, principalmente na década anterior.  Em 1999, o Pará ocupava a 17ª colocação no mesmo ranking, ou seja, detinha a 11ª pior renda per capita (R$ 331,97).  Em dez anos, o Estado perdeu quatro posições e hoje apresenta a 6ª pior variação da década, com um crescimento de 19,74% - índice bastante inferior à média de evolução nacional (28,73%).
EXPLICAÇÕES
O baixo valor da renda, tanto individual como per capita, pode ser justificado pelo crescimento populacional.  Pelo menos é o que afirma o presidente do Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Estado do Pará (Idesp), José Barreto Trindade.  Segundo ele, dois fatores justificam este fenômeno.
"O primeiro é que o Pará vem se tornando um Estado atrativo para a migração, principalmente de nordestinos, advindos do Maranhão e Ceará.  O segundo é que a taxa de natalidade paraense não freou, ao contrário do que aconteceu no índice nacional.  O crescimento demográfico paraense já é maior do que o do Brasil", explica.  Barreto destaca que grande parte de população imigrante possui baixo nível de escolaridade e de renda.
Já o economista especialista em emprego, Caitano Celedônio, afirma que o maior problema está na falta de qualificação da mão de obra.  "O paraense está acomodado e vem se tornando assistencialista.  Por outro lado, os governos também possuem grande parcela no problema, pois estão cada vez mais omissos.  O Poder Público poderia se preocupar mais com a educação", desabafa.
Para Celedônio, somente a partir dos estudos a população consegue entender dois fatores cruciais para um futuro próspero: a poupança de recursos e a educação continuada.  "O bom salário existe, assim como a boa vaga, mas está sendo abocanhado por profissionais de outros Estados, pelo fato de não termos mão de obra qualificada.  Emprego não é dado por bondade, e sim por qualificação.  Em qualquer lugar do mundo, quem tiver formação diferenciada, vai se tornar um destaque", garante.

Fonte: O Liberal Link: http://www.oliberal.com.br/index.htm 

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