"Conta a lenda que as guerreiras amazonas se banhavam, em noites de lua cheia, de um preparo da casca dessa "árvore da juventude", para ficarem sempre jovens e belas".
A árvore do mulateiro-da-várzea é
velha conhecida das populações tradicionais da região amazônica. De sua casca é
feito uma espécie de chá, usado no combate de manchas na pele, rugas e
envelhecimento facial.
Conta a lenda que as guerreiras
amazonas se banhavam, em noites de lua cheia, de um preparo da casca dessa
árvore para se manterem sempre jovens e belas.
Dessa forma, o mulateiro ficou
conhecida entre as populações ribeirinhas como a árvore da juventude. No
entanto, as propriedades cosméticas dessa fonte natural da juventude ainda são
pouco conhecidas do grande público consumidor. E poucas empresas produzem
cosméticos regulamentados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância
Sanitária) à base dessa planta. A boa notícia é que, a cada dia, as qualidades
fitoterápicas atribuídas a ela, já descritas na sabedoria popular, estão
ganhando reforço científico de importantes estudos da área. O resultado é que
isso está incentivando as empresas a investirem em produtos à base de mulateiro
e os consumidores a conhecerem essa maravilha da natureza.
De acordo com pesquisas realizadas
pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), a Calycophyllum spruceanum, nome
científico do mulateiro-da-várzea, contém fenóis, um tipo de molécula orgânica,
com alta capacidade antioxidante, detendo a ação dos chamados radicais livres e
impedindo o envelhecimento das células.
Produção industrial
Após divulgação da pesquisa, a primeira empresa a produzir um creme
(hidratante) à base da casca do mulateiro foi a Pronatus da Amazônia, em 2002.
Mas, segundo o farmacêutico Evandro Araújo, proprietário da empresa, somente em
2004, por meio de incentivo da Suframa, o produto foi submetido a testes
minuciosos pelo Instituto de Pesquisa Tecnológica (IPT), que atestou suas
propriedades de rejuvenescimento da pele.
A partir daí,a Pronatus começou a
produzir o Creme Anti-aging (antienvelhecimento) de Mulateiro, e logo ganhou
destaque pela qualidade do produto. “O diferencial do creme de mulateiro é que,
ao contrário de outros produtos, que limpam a pele pela esfoliação e precisam
ser usados juntamente com um filtro solar, o creme de mulateiro por si só já dá
proteção à pele”, afirma Evandro, que também é professor do Curso de Ciências
Farmacêuticas da Universidade Federal do Amazonas (Ufam).
Outra empresa que se utiliza da
essência do mulateiro na produção de um creme antienvelhecimento é a Pharmakos
d’Amazônia, que acumula vários prêmios de inovação e empreendedorismo,
inclusive dois prêmios FINEP 2010 (Melhor Pequena Empresa e Gestão da
Inovação). O proprietário Schubert Pinto, acredita na importância de usar a tecnologia
a favor do conhecimento tradicional.
Ele explica ainda como se dá o
processo para a produção do cosmético na Pharmakos. “Primeiro nós extraímos a
casca da árvore. Depois, a desidratamos e moemos bastante até virar um pó. A
partir daí, retira-se o extrato para a maceração. Só depois desse processo,
usamos o extrato para composição do creme”.
Foto/ Helly Pamplona
Foto/ Helly Pamplona
FELIPE DE PAULA/ A CRITICA,
MANAUS
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