"Fundação Cultural do Pará (FCP)
inaugurou a galeria Ruy Meira, um espaço
voltado para a valorização dos bens culturais da Amazônia, na Casa das Artes".
A presidente da Fundação Cultural
do Pará, Dina Oliveira, conta que a Galeria Ruy Meira é uma justa homenagem ao
artista e ceramista. “O Ruy Meira foi o primeiro oficineiro da minha vida; quando tinha 10 anos de idade, lembro que íamos para o Atelier dele, todo mundo
em volta dele vendo ele pintar, pintando junto, desenhando, vendo livros,
criando uma intimidade com o atelier, seu espaço de vivência”, lembra.
Quando iniciou as atividades do
Curro Velho com a proposta de levar arte e ofício para crianças e adolescentes
da Vila da Barca, a arquiteta Dina Oliveira convidou o artista para ministrar
oficinas de cerâmica. “Foi uma oportunidade de outras crianças e adolescentes
terem acesso ao universo da arte”, comemora.
Para celebrar o lançamento desse
projeto e inaugurar a temporada de exposições, o público teve oportunidade em
conferir a abertura da mostra "Ruy Meira: A Arte do Fazer". A exposição apresenta parte de um recorte do
acervo da família, apresentando pinturas, esculturas, croquis e catálogos
originais, além de reproduções de fotos e textos que contextualizam a
trajetória do artista. A mostra tem como curadora Maria Angélica, filha do
artista.
Para a mostra foram selecionadas
obras significativas do artista, buscando traçar um panorama de sua produção ao
longo de seus 50 anos de atividades artísticas. Quadros figurativos e esculturas
da década de 1940, a virada abstracionista com o “Porto do Sal” e a tela “S/
título”, de sua última exposição em 1993, estão presentes na exposição.
Esculturas em cerâmica e em bronze e trabalhos com suporte em papel também
compõem a mostra. “Estas obras participaram de exposições em diversas épocas e
de algumas poucas retrospectivas e servem como testemunho do processo produtivo
da obra de Ruy Meira”, ressalta Maria Angélica.
A sólida trajetória construída
por Ruy Meira o colocou em lugar de destaque dentro do campo das artes plásticas
paraenses. A mostra evidencia uma trajetória do artista que, sem perder de
vista o seu perfil de engenheiro de sonhos, dialoga diretamente com o período
histórico contemporâneo, seja por sua representação institucional e presença em
diversos acervos, seja por sua própria poética, a percorrer uma diversidade de
técnicas - com especial destaque para as linguagens da pintura, escultura e
cerâmica, que revelam seu modo de fazer e pensar arte. “Ele (Ruy Meira) sabia
passar o condão, abrindo as portas do universo da arte. Ele não tinha essa
coisa do regionalismo. Suas obras são geométricas, são universais”, observa
Dina Oliveira.
PERFIL- Ruy Meira nasceu em Belém
do Pará em 30 de novembro de 1921, passou sua infância Rio Grande do Norte e na
juventude iniciou seus estudos na Escola de Engenharia do Pará em 1942, época
na qual passou a se interessar pelo desenho e pelas artes, no que foi
estimulado por professores e amigos. Sua primeira exposição foi na 1ª Mostra individual, Salões da Biblioteca
Pública e do Arquivo Público do Pará em 1956. Até seu falecimento em 1995,
participou de inúmeras mostras e exposições, se destacando nas linguagens da
pintura, escultura e cerâmica, com uma rica produção e ativa participação no cenário
artístico local e em eventos nacionais e internacionais.
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