Com a decisão, ambos passam a ser protegidos pelo Iphan.O Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural definiu nesta sexta-feira (5) que o sistema agrícola tradicional do Rio Negro, no Amazonas, e o ritual yaokwa dos índios enawenê nawê, de Mato Grosso, sejam considerados patrimônios culturais brasileiros. A decisão faz com que ambos esses bens imateriais passem a ser protegidos pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
A comissão que avalia os processos de tombamento (no caso de patrimônios materiais) e de registro (para os imateriais) é formada por 22 conselheiros de diversas áreas, como cultura, turismo, arquitetura e arqueologia, e trabalham em diferentes instituições como Ministério do Turismo, Instituto dos Arquitetos do Brasil, Sociedade de Arqueologia Brasileira, Ministério da Educação, Sociedade Brasileira de Antropologia e Instituto Brasileiro de Museus.
"As ações que serão realizadas para salvaguardar esses bens são uma etapa que vem depois do reconhecimento. Há propostas, mas ainda não foram formalizadas", explica Luciana Luz, técnica do departamento do Patrimônio imaterial do Iphan. Segundo a especialista, a cada 10 anos é feita uma reavaliação para decidir se o patrimônio segue no registro ou deixa de ser um patrimônio cultural.
O que são
O sistema agrícola tradicional do Rio Negro, é o conjunto, da cultura, dos sistemas alimentares e dos saberes de um território que se estende entre os municípios de Barcelos, Santa Isabel do Rio Negro e São Gabriel da Cachoeira, no norte do Amazonas. O cultivo da mandioca brava, como informa o Iphan, é a base desse sistema que reúne mais de 20 povos indígenas ao longo do Rio Negro.
Já o ritual yaokwa é a mais importante festa dos enawenê nawê, cerca de 500 índios que vivem numa aldeia na Terra Indígena Enawenê Nawê, na zona de transição entre o cerrado e a floresta amazônica, em Mato Grosso. O ritual dura sete meses. Uma parte importante do yaokwa consiste na pesca de barragem, feita com estruturas construídas de uma margem à outra do rio.
O conselho decidiu ainda pelo tombamento do Encontro das Águas, em Manaus, e do conjunto urbanístico e paisagístico da cidade de São Félix (BA), além do Monumento Monumento aos Mortos da II Guerra Mundial, no Rio de Janeiro, além do conjunto histórico e paisagístico de Santa Tereza (RS).
Dennis Barbosa do Globo Amazônia, em São Paulo
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