"Por que razão o mundo inteiro desperta interesse por nossa região e como o Brasil reage a esse respeito".
Segundo especialistas, o Brasil está “perdendo” a Amazônia de forma mais sutil. Para o americano Thomas Lovejoy, ecologista e presidente do Centro Heinz de Ciência, Economia e Ambiente, em Washington, “transformar a floresta em CO2 (gás carbônico) é uma forma de internacionalização da Amazônia” e esse é o principal problema a ser atacado pelo governo brasileiro. “Sempre houve, no Brasil, uma histeria sobre a biopirataria na Amazônia, mas, na prática, a única biopirataria é a destruição da floresta”, avalia ele
, criador da expressão “diversidade biológica” e um dos pioneiros em pesquisas na Amazônia, região que estuda há 40 anos.
, criador da expressão “diversidade biológica” e um dos pioneiros em pesquisas na Amazônia, região que estuda há 40 anos.
Já o coronel Geraldo Cavagnari Filho, do Núcleo de Estudos Estratégico da Unicamp, diz que a atuação das ONGs na Amazônia precisa ser supervisionada. Para ele, as ameaças de internacionalização existem, mas não se deve esperar uma grande ação: “É necessário combater o que já existe”, Cavagnari afirma que, de acordo com a análise militar, a probabilidade de uma invasão de outro país na região é quase inexistente.
A INTERNACIONALIZAÇÃO
É UMA REALIDADE ?
É UMA REALIDADE ?
O Militar diz também que a Amazônia já sofre um processo de internacionalização, não à força, mas em silêncio. A internacionalização seja econômica ou política, só pode ser evitada se a economia amazônica for integrada à economia do país, afirma o ex-comandante do Exército na Amazônia.
“A internacionalização da Amazônia já é uma realidade”, diz o professor Aluísio Leal, aposentado pela Universidade Federal do Pará e estudioso da região. Ele argumenta que não há interesse de outros países pelo controle político da Amazônia, mas pelo controle econômico, que, a seu ver já existe. “Todas as vezes em que há conflitos com povos indígenas ou demarcação de terras, volta à tona o assunto da internacionalização da Amazônia. O que pode parecer fantasia ou teoria da conspiração é uma reivindicação histórica dos países desenvolvidos, devidamente documentada”, diz ele.
Em 1850, os Estados Unidos foram o primeiro país a exercer forte pressão sobre o Brasil nesse sentido. A ideia era internacionalizar o rio Amazonas e tudo o que está acima dele no mapa. A colonização já estava até planejada, mas foi frustrada pela guerra de Secessão nos Estados Unidos. É o que explica o professor Aluísio Leal. Ele afirma que o assunto da internacionalização da Amazônia voltou às luzes depois da Segunda Guerra Mundial e foi abafado novamente pelas concessões econômicas do governo militar aos Estados Unidos. Na década de 1990, personalidades importantes como Margareth Thacher, François Miterrand e Mikhail Gorbatchev defenderam abertamente a teoria da soberania relativa: "A Amazônia então ficaria pertencente aos países mais desenvolvidos, supostamente mais “competentes” para administrá-la".
O QUE JÁ EXISTE DE CONCRETO
Enquanto os investimentos vão chegando aos poucos à Amazônia, o turismo local vai sobrevivendo como pode. A atividade na região Norte é dificultada pelas grandes distancias a serem percorridas. Por outro lado, praticamente tudo tem um teor turístico. As palafitas à beira dos rios, a extração da borracha, um mercado de rua em Manaus, o Festival do Boi em Parintins ou um hotel em plena mata, os rios e a floresta em si, que cobre praticamente tudo, são lugares "mágicos", que atraem visitantes "de fora" e muitos brasileiros.
Via Amazônia Documento/ Fotos Divulgação
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