Fotos de ONG mostram obras da usina de Belo Monte em Altamira
Imagens do Greenpeace revelam supressão da floresta e impacto em rio. Norte Energia afirma que investe R$ 3,2 bi como contrapartida ambiental.
A organização ambiental Greenpeace divulgou imagens feitas
durante dois sobrevoos realizados na região de Altamira, no Pará, onde são
realizadas obras da usina hidrelétrica de Belo Monte, construção polêmica do
governo federal no Rio Xingu.
As fotos mostram trechos de floresta amazônica que foram suprimidos
para a construção, além da movimentação de máquinas e caminhões na região.
Segundo o Gre-enpeace, a área já sofre com impactos da obra
como o adensamento demográfico em Altamira.
Levantamento feito pela ONG aponta que o empreendimento pode
desalojar até 40 mil pessoas devido ao alagamento de uma área equivalente a 516
km².
A Norte Energia, empresa responsável pela construção e
futura operação de Belo Monte, informou que deve investir R$ 3,2 bilhões em
ações socioambientais na região, privilegiando as áreas da saúde, educação,
geração de emprego, renda e segurança pública.
A companhia afirma que, embora o inventário florestal ainda
não tenha sido concluído, “é possível informar que 60% da área ocupada por Belo
Monte é constituída por pastagens e vegetação secundária antropizada (cobertura
nativa substituída pela agricultura)".
A responsável pelas obras disse também que não haverá
impacto em terras indígenas na região do Rio Xingu e que o Projeto Básico
Ambiental (PBA) foi desenvolvido para Belo Monte a partir da licença ambiental
concedida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
(Ibama).
Obra
A hidrelétrica ocupará parte da área de cinco municípios:
Altamira, Anapu, Brasil Novo, Senador José Porfírio e Vitória do Xingu. Altamira
é a mais desenvolvida dessas cidades e tem a maior população, quase 100 mil
habitantes, segundo o IBGE. Os demais municípios têm entre 10 mil e 20 mil
habitantes.
Belo Monte custará pelo menos R$ 25 bilhões, segundo a Norte
Energia. Há estimativas de que o custo chegue a R$ 30 bilhões. Trata-se de uma
das maiores obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), uma das
principais bandeiras do governo federal.
Apesar de ter capacidade para gerar 11.200 MW de energia,
Belo Monte não deve operar com essa potência. Segundo o governo, a potência
máxima só pode ser obtida em tempo de cheia. Na seca, a geração pode ficar
abaixo de 1.000 MW. A energia média assegurada é de 4.500 MW.
Para críticos da obra, o custo-benefício não compensa. O
governo contesta diz que a geração menor evita um alagamento maior e que a
energia é fundamental para o país.
Canteiro de obras da Norte Energia na região de Altamira.
(Foto: Divulgação/Greenpeace/Marizilda Crupp
Bairro Invasão dos Padres, em Altamira, poderá ser impactado
pela usina, diz Greenpeace. Divulgação/Greenpeace/Marizilda Cruppe
Trabalho é intenso nos três canteiros de obras.
Divulgação/Greenpeace
Trecho de floresta que foi suprimido para construção da
usina hidrelétrica. (Foto: Divulgação/Greenpeace/Marizilda Cruppe)
Barragem construída pela Norte Energia corta Rio Xingu, na
região de Altamira, no Pará. (Foto:
Divulgação Greenpeace/Marizilda Cruppe)
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