Um motivo a mais para se conhecer Alter do Chão é a festa do Sairé, a mais antiga manifestação da cultura popular da Amazônia, realizada na segunda semana de setembro. Ela existe há mais de 300 anos e sua origem remonta ao período da colonização, quando os padres jesuítas, na missão evangelizadora pela bacia do rio Amazonas, envolviam música e dança na catequese dos índios. Essa é a hipótese mais provável, pois antes da catequização, os indígenas não conheciam a religião cristã. Com as mudanças ocorridas ao longo desses 300 anos, o Sairé foi
ganhando novos contornos. Atualmente, é festejado em setembro e consiste em um ritual religioso que se repete durante o dia, culminando com a cerimônia da noite, quando acontecem as ladainhas e as rezas, seguida da parte profana da festa, representada pelos shows, com apresentações de danças típicas e pelo confronto dos botos Tucuxi e Cor-de-Rosa. Mas a história dos 300 anos do Sairé é um tanto quanto “acidentada”. Sofreu uma paralisação de 40 anos, entre 1943 e 1973, voltando a ser realizada por iniciativa de moradores da vila de Alter do Chão. Até meados do século passado, a festa tinha significação puramente religiosa, celebrando a Santíssima Trindade, com um semicírculo (o Sairé) de cipó torcido, envolvido por algodão e enfeitado com fitas e flores coloridas. O símbolo possui três cruzes dentro do semicírculo e outra na extremidade, representando as três pessoas da Santíssima Trindade e um só Deus. E foi uma criação indígena com base nos escudos portugueses. Em lugar da cruz de Cristo que adornava os símbolos portugueses, o Sairé, possivelmente inspirado por algum missionário católico, associou o mistério da Santíssima Trindade, utilizando a imagem da pomba que representa o Espírito Santo. Esse estandarte segue à frente da procissão, conduzido por uma mulher, que recebe o nome de “Saraipora”. A parte religiosa se inicia com a ida de dois grupos à mata, em procissão fluvial, para retirar e trazer até a praça do Sairé os mastros (troncos de árvore) que são enfeitados com flores, frutos e alimentos e erguidos na praça, onde ficam até o término da festa, quando são retirados. Este ano Prefeitura de Santarém voltou a administrar a tradicional Festa do Sairé. Na programação, que inclui atrações de nível nacional, como é o caso da banda baiana Jammil e Uma Noite, atrações regionais de Parintins e Juruti também irão fazer apresentações. As atrações locais como é caso dos botos Cor de Rosa e Tucuxi também estão programando efetuar novidades em suas apresentações, além de grupos folclóricos da vila também vão participar desta programação. O evento acontecerá de 09 a 13/09/2010. Todo ano os dois grupos se apresentam em um espaço para espetáculos em Alter do Chão, conhecido como Sairódromo, ao som de músicas no ritmo do carimbó. Cada um deles representa um dos botos. Com o apoio de enormes carros alegóricos, e sempre dançando, os participantes desfilam fantasiados de índios, rainha do Lago Verde, princesas, caboclas, boto, pajé e outros personagens de lendas amazônicas. A platéia, lotada, é dividida em duas arquibancadas opostas. Uma peculiaridade da festa é que quando um dos grupos – rosa ou tucuxi – se apresenta, ovacionado por sua torcida, a arquibancada que defende o outro lado tem de permanecer quieta, sem vaiar ou aplaudir, do contrário prejudica seu boto na nota final dos jurados. A encenação do mito do boto, tendo como ponto alto a dança da sedução, é realizada num palco armado diante do local onde ficam os jurados. Diz a lenda que um boto encantado se transforma à noite em um lindo homem para seduzir as moças que vivem nas comunidades às margens do rio. Sempre usa roupa branca e escolhe as jovens mais bonitas do lugar, que ficam grávidas. O grupo que conseguir encantar mais representando essa lenda, vence o Sairé. A apresentação do boto cor-de-rosa venceu o Sairé de 2009 numa disputa acirrada: obteve 939 pontos contra 938 dados ao grupo do boto Tucuxi.
ganhando novos contornos. Atualmente, é festejado em setembro e consiste em um ritual religioso que se repete durante o dia, culminando com a cerimônia da noite, quando acontecem as ladainhas e as rezas, seguida da parte profana da festa, representada pelos shows, com apresentações de danças típicas e pelo confronto dos botos Tucuxi e Cor-de-Rosa. Mas a história dos 300 anos do Sairé é um tanto quanto “acidentada”. Sofreu uma paralisação de 40 anos, entre 1943 e 1973, voltando a ser realizada por iniciativa de moradores da vila de Alter do Chão. Até meados do século passado, a festa tinha significação puramente religiosa, celebrando a Santíssima Trindade, com um semicírculo (o Sairé) de cipó torcido, envolvido por algodão e enfeitado com fitas e flores coloridas. O símbolo possui três cruzes dentro do semicírculo e outra na extremidade, representando as três pessoas da Santíssima Trindade e um só Deus. E foi uma criação indígena com base nos escudos portugueses. Em lugar da cruz de Cristo que adornava os símbolos portugueses, o Sairé, possivelmente inspirado por algum missionário católico, associou o mistério da Santíssima Trindade, utilizando a imagem da pomba que representa o Espírito Santo. Esse estandarte segue à frente da procissão, conduzido por uma mulher, que recebe o nome de “Saraipora”. A parte religiosa se inicia com a ida de dois grupos à mata, em procissão fluvial, para retirar e trazer até a praça do Sairé os mastros (troncos de árvore) que são enfeitados com flores, frutos e alimentos e erguidos na praça, onde ficam até o término da festa, quando são retirados. Este ano Prefeitura de Santarém voltou a administrar a tradicional Festa do Sairé. Na programação, que inclui atrações de nível nacional, como é o caso da banda baiana Jammil e Uma Noite, atrações regionais de Parintins e Juruti também irão fazer apresentações. As atrações locais como é caso dos botos Cor de Rosa e Tucuxi também estão programando efetuar novidades em suas apresentações, além de grupos folclóricos da vila também vão participar desta programação. O evento acontecerá de 09 a 13/09/2010. Todo ano os dois grupos se apresentam em um espaço para espetáculos em Alter do Chão, conhecido como Sairódromo, ao som de músicas no ritmo do carimbó. Cada um deles representa um dos botos. Com o apoio de enormes carros alegóricos, e sempre dançando, os participantes desfilam fantasiados de índios, rainha do Lago Verde, princesas, caboclas, boto, pajé e outros personagens de lendas amazônicas. A platéia, lotada, é dividida em duas arquibancadas opostas. Uma peculiaridade da festa é que quando um dos grupos – rosa ou tucuxi – se apresenta, ovacionado por sua torcida, a arquibancada que defende o outro lado tem de permanecer quieta, sem vaiar ou aplaudir, do contrário prejudica seu boto na nota final dos jurados. A encenação do mito do boto, tendo como ponto alto a dança da sedução, é realizada num palco armado diante do local onde ficam os jurados. Diz a lenda que um boto encantado se transforma à noite em um lindo homem para seduzir as moças que vivem nas comunidades às margens do rio. Sempre usa roupa branca e escolhe as jovens mais bonitas do lugar, que ficam grávidas. O grupo que conseguir encantar mais representando essa lenda, vence o Sairé. A apresentação do boto cor-de-rosa venceu o Sairé de 2009 numa disputa acirrada: obteve 939 pontos contra 938 dados ao grupo do boto Tucuxi.
Nenhum comentário:
Postar um comentário