"Medicina natural da Amazônia mais uma vez prova que é eficaz na prevenção e combate de várias doenças"
Utilizando o potencial de frutos amazônicos, especialmente o do tucumã, a pós-doutora e pesquisadora da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Paty Karoll Picardi, está desenvolvendo, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), um estudo para avaliar o efeito de um fruto amazônico na prevenção e tratamento da obesidade e do diabetes: o tucumã.
O projeto de pesquisa consiste em induzir animais, entre eles camundongos, a um estado pré-diabético e avaliar o efeito do tucumã no perfil lipídico (série de exames laboratoriais para determinar dosagens de colesterol) e glicêmico (testes para verificar os níveis de açúcar). Segundo a pesquisadora, como o tucumã é rico em ácidos graxos, especialmente o ácido oleico e o ômega 3, que podem ter um importante papel na prevenção e no tratamento de doenças como o diabetes, a influência do consumo da fruta pode trazer novas abordagens terapêuticas para a prevenção e tratamento da obesidade e do diabetes.
“Inicialmente, induziremos camundongos à obesidade, através de uma alimentação hiperlipídica (dieta com muita gordura), e, com o tempo, eles ficarão pré-diabéticos. Após isso, incluiremos na dieta deles o consumo do tucumã e analisaremos se há melhora no quadro pré-diabético, avaliando os níveis de glicemia e a dosagem de colesterol no sangue”, explicou Karoll.
Com os resultados obtidos, pode-se ter uma nova forma de combate à diabesidade (diabetes atrelada à obesidade), o que trará um grande avanço para a medicina, principalmente no Amazonas, onde o estudo está sendo desenvolvido. “A obesidade é uma doença inflamatória, podendo estar associada a morbidades como o diabetes. Os ácidos graxos insaturados podem diminuir essa inflamação e o tucumã, com suas propriedades nutricionais, pode ter um efeito de reversão nesse status inflamatório”, disse.
Alerta
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 1 bilhão de adultos em todo o mundo estão acima do peso. E não é só a estrutura física corporal que motiva a preocupação. A obesidade está relacionada a uma série de problemas de saúde, como doenças cardiovasculares, Síndrome Metabólica (que envolve o desenvolvimento de resistência à insulina) e diabetes tipo 2 (doença crônica que afeta a forma como o corpo metaboliza a glicose, principal fonte de energia do corpo humano).
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