“Túmulos do espaço histórico são
alvo de depredação, sujeira e vandalismo."
Em nota, a Secretaria Municipal de Urbanismo (Seurb) informou que programou uma limpeza para o local para o mês de julho, o que não aconteceu, até por que a última limpeza realizada no campo Santo ocorreu em maio, no dia das Mães.
Soledade- O cemitério foi projetado por um arquiteto francês e inaugurado no século XIX, no ano de 1850, e trinta anos depois foi desativado. O espaço, que um dia os governantes quiseram transformar em Parque, comporta mais de 400 túmulos e cerca de 30 mil pessoas foram sepultadas no local, que depois foi tombado como patrimônio histórico e artístico nacional pelo Iphan.
Porém, nem mesmo depois de mortos, a calma não reinou para alguns; a necrópole é alvo do descaso do poder público: túmulos foram destruídos, sofreram pichações e estátuas foram destruídas.
Apesar da aparência de abandono, muitas pessoas fazem visitas ao espaço. Um dos túmulos mais procurados é do menino Zezinho: a estátua neoclássica foi vestida com uma camisa e embora a atitude pareça não fazer mal algum, prejudica e envelhece a peça.
“Ele é um símbolo de uma época muito rica da nossa cidade. Ele é um museu a céu aberto, um verdadeiro símbolo da nossa cultura, enfim, eu acho que ele tem que ser preservado”, defende a pesquisadora Larissa Vieira.
De acordo com a pesquisadora e
arquiteta Paula Rodrigues, a variedade arquitetônica e simbólica do cemitério
guarda importantes momentos históricos da cidade.
“Ele surgiu quase que
paralelamente com os cemitérios europeus, então todos esses cemitérios têm as
características do período romântico, que são geralmente uma alameda, um
pórtico grande, uma capela”, explica Paula.
Histórico Via Amazônia- O
cemitério Nossa Senhora da Soledade foi construído por volta de 1850, para
abrigar corpos que iam a óbito por conta das epidemias de Febre Amarela, Cólera
e Varíola, que na época chegaram a soma negativa de 30 mil pessoas. Foi
desativado no ano de 1880, pelo então presidente da Província do Pará, José
Coelho da Gama Malcher, que achava inadequado o piso em argila e areia para receber enterros no referido Campo Santo.
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