Um grupo de vereadores de
Santarém, percorreu a PA-257, no trecho compreendido entre as comunidades de
Vila Socorro e Soledade, na região do Lago Grande do Curuai. Os vereadores
afirmaram que viram de perto a necessidade de recuperação urgente da rodovia
Translago, que segundo os comunitários, há mais de oito anos não recebe
qualquer tipo de reparo mais eficaz. O
problema é tão extremo que recentemente um grupo de moradores resolveu por
conta própria fazer a manutenção em Ponte de madeira que liga certo trecho
da mencionada Rodovia.
Apesar da boa vontade política
apresentada, nada mudou na Translago.
Boa parte do trecho percorrido pelos
representantes populares, ainda apresenta grandes crateras que tornam a viagem
mais desconfortável e demorada. A reivindicação
feita por mais de 140 comunidades existentes na região, que dependem da
Translago para escoar seus produtos e chegar a Santarém, principalmente na época do verão forte é mais que urgente, ainda mais quando as embarcações ficam impossibilitadas de chegar até a margem do rio. Até agora, nada de concreto foi feito.
De acordo com o agricultor
Renildo dos Santos, morador da comunidade de Soledade, o Lago Grande hoje é um
polo que abrange muitas comunidades, que estão abandonadas. “Nós convivemos
diariamente com o problema de intrafegabilidade da Translago, não podemos
escoar nossos produtos”, afirmou.
Durante reunião com os
representantes do Poder Legislativo, os comunitários fizeram muitos desabafos e
explicaram que as péssimas condições da rodovia acabam acarretando problemas
nos demais setores das comunidades, como: educação, saúde e economia, que são
os mais afetados.
José Aderbal Tavares, da
comunidade de Pindorama, disse que a Translago é o eixo principal, mas os
problemas são diversos, como a falta de estrutura de trabalho para o Ensino
Médio.
“O projeto da escola que
contemplava seis salas de aula foi feito com apenas quatro, o que não atende
nem o Ensino Fundamental. Onde era para funcionar uma secretaria, funciona uma
sala. Hoje nós temos 87 alunos do Ensino Médio e apenas um local para atender a
todos, o que não comporta. Essa época do ano que nos temos três professores com
cinco matérias na escola, duas classes estão debaixo de árvores, tudo isso pela
falta de estrutura. É um pedido que já está na Câmara e na Secretaria de
Educação, a construção de pelo menos mais quatro salas de aula, para esses
alunos sejam atendidos com o mínimo de decência, como manda a Lei Federal”,
argumentou Tavares.
Ele desabafou, também, sobre os
problemas enfrentados pela comunidade no setor da saúde.
“A saúde nós não temos. Na
verdade, temos apenas uma Agente de Saúde que faz suas visitas periódicas, mas
ela não tem condições de nos atender como necessitamos, o pronto atendimento
mais próximo está na Vila Curuai, a 30 quilômetros daqui. Temos ambulância, mas
não temos comunicação para solicitá-la. Então, pra nós é praticamente inválido
esse serviço. Não temos transporte coletivo, não temos trafegabilidade na
rodovia. Tudo isso deixa as dificuldades pra nós aqui nessa região”, declarou
Tavares.
A falta de água na comunidade de
Pindorama também é um problema que afeta os comunitários. Segundo Aderbal
Tavares, a maioria das comunidades tem água encanada ou de poço. Pindorama
ainda se serve do rio para ter abastecimento. Todos aguardamos e temos fé em dias melhores.
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