A data é antiga, 2012, mas o problema se arrasta nos dias de hoje, novembro de 2015, e segue como se fosse permanente. O local da extração madeireira é
no antigo Projeto de Desenvolvimento Sustentável Ademir Fredericci. O
assentamento foi cancelado em abril de 2011 pela Justiça Federal de Santarém,
quando ficaram invalidadas ali quaisquer autorização, licença ou permissão de
atividades de exploração florestal. Em consulta ao sistema de licenciamento da
Secretaria de Meio Ambiente do Pará, também não foi encontrada autorização para
exploração florestal na área, levantando ainda mais suspeitas sobre a
legalidade das atividades.
“Com a aprovação do novo Código
Florestal e a anistia concedida a grandes desmatadores, o governo passou o
recado de que o crime vale a pena”, afirma Danicley de Aguiar, da campanha
Amazônia do Greenpeace. “Em agosto, os satélites mostraram que as derrubadas
aumentaram mais de 200% em relação ao mesmo período do ano passado. Precisamos
de uma lei do desmatamento zero para dar um ponto final nessa devastação”.
Problemas antigos
Na documentação, balsas
carregadas de toras de madeira passaram por dentro da Resex Verde para Sempre,
pelo rio Jarauçu, sem ser incomodadas por qualquer autoridade. Há anos, os
extrativistas que habitam a reserva já denunciam a pressão que madeireiros vêm
exercendo sobre a unidade de conservação.
Em 2012, quando o Greenpeace atracou na
região a bordo do navio Rainbow Warrior, 31 barcos de comunitários se uniram
para fazer uma “assembleia”, denunciar as ameaças que vêm sofrendo e pedir ao
governo federal que leve adiante a regularização fundiária da reserva.
Os problemas ali, portanto, não
são novos. Criada em 2004, com apoio do Greenpeace, a Resex saiu do papel
depois de muita denúncia e até ameaça de morte. Ainda no final da década de
1990, extrativistas do local entraram em contato, pedindo ajuda para frear a
ação de madeireiras.
Enquanto um mapa detalhado, feito
em parceria com as comunidades, apontava as atividades ilegais na região,
ativistas do Greenpeace se uniram a dezenas de famílias locais para bloquear o
rio de margem a margem, impedindo a passagem de balsas com madeira.
O clima esquentou na região, o
mapa foi entregue ao governo e muita gente foi ameaçada pelos madeireiros.
Depois de muita negociação, em novembro de 2004 o então presidente Lula assinou
um decreto criando a Resex.
Com seus direitos desde então
assegurados em papel, os extrativistas, porém, continuam enfrentando os
problemas de outrora. E o Greenpeace, junto com ambientalistas sérios e pessoas
sensíveis aos gritos e socorro dos ribeirinhos, seguem denunciando. Nossa luta
em favor do Verde para Sempre continua!!! Sempre.
Localização
A Reserva Extrativista ‘Verde
para Sempre’ possui 1.288.720 hectares localizados no município de Porto de Moz
no Estado do Pará. Ao norte da unidade de conservação encontra-se o Rio
Amazonas, ao oeste a Resex Renascer e ao leste é delimitada pelo Rio Xingu.
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