terça-feira, 3 de novembro de 2015

Feriadão sem praia em Manaus

Muito sol e calor. O feriadão em Manaus pedia uma praia, mas a interdição do balneário mais popular da cidade transformou a Ponta Negra em uma praia fantasma.



A restrição, que só vale para quem quer entrar na água, pode ter desanimado a população a ficar na areia, que continua aberta ao público. Para quem insistiu e foi dar uma volta no calçadão, tranquilidade. Para os donos de barracas na praia, prejuízo.

A proibição da entrada de banhistas se deve ao Termo de Ajuste de Conduta (TAC) assinado em 2013, que estabelece uma cota mínima de profundidade do rio para uso da praia. Na semana passada, a cota do Rio Negro obrigou a Prefeitura a fechar a praia por 45 dias. Além de placas que avisam sobre a proibição, um cerquite foi instalado para evitar a passagem de pessoas não autorizadas.

Segundo os comerciantes, donos de barracas que ficam na praia, a interdição acabou afugentando a maior parte do público, e isso está causando prejuízos. "Não está mais dando gente. Virou um 'cemitério' aqui. E tudo isso gera prejuízo, porque temos que pagar funcionários, despesas, investimentos e ainda tem o boleto da Prefeitura, que custa R$ 1.510 por mês, então estamos tentando negociar com eles para que fiquemos isentos ou esse valor seja pelo menos diminuído durante esses 45 dias de interdição, porque nossa renda aqui não está chegando a R$ 100 por dia", relatou o ambulante Francisco Montaner, de 36 anos.
Dono de uma barraca em um dos pontos mais privilegiados da praia, ele lamenta o movimento fraco e reclama da surpresa que a interdição foi para os trabalhadores. "Ninguém foi avisado que haveria interdição. A areia continua liberada e nós continuamos aqui. Hoje, um feriado, era para estar 'bombando'. Ontem, que era domingo, foi a mesma coisa", disse.

Se por um lado, os vendedores não estão gostando da interdição, por outro, a Ponta Negra acabou se transformando praticamente num santuário, cercado de paz e tranquilidade, bem diferente da agitação característica do balneário mais popular de Manaus. Quem gostou foi o lanterneiro Raimundo Alves, de 47 anos, que aproveitou o feriado para relaxar dando uma volta no calçadão.

"Estava sem fazer nada e vim dar uma volta. Mesmo sabendo da interdição, achei que teria mais movimento. Não costumo vir muito, mas quando venho sempre tem muita gente. Hoje foi muito diferente do que nos acostumamos a ver nos domingos e feriados. A parte boa é a tranquilidade. Eu me dei bem", afirmou.
Texto e fotos; Marcos DantasDo G1 AM



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