"Loja Paris n´América, marco francês em pleno centro comercial da cidade das Mangueiras"
A Paris n'América foi um
luxuoso ponto comercial situado no bairro da Campina, no centro de Belém. É
constituído de três andares e idealizado todo no estilo de Art Nouveau. A obra
é inspirado nas Galeries Lafayette de Paris, como tudo no período áureo da
cidade de Belém (Era da Borracha).
Seu fundador e idealizador, o
português Francisco de Castro, trouxe toda a rouparia, perfumaria, maquilagens
e estoque em geral da França para revender em Belém, pois as senhoras copiavam
as tendências europeias e careciam de um ambiente local que lhes oferecesse tal
serviço. O Edifício é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional (IPHAN) desde o ano de 1994, quando a Família Fernandes,
proprietária do local, colocou à venda o palacete.
O terreno foi comprado da
Irmandade da Misericórdia para se tornar, primeiramente, a residência da
Família Castro, para logo após vir a ser o palacete comercial. A casa foi
pioneira no conceito de loja no estilo Magazine e Departamentos, à moda dos
atuais shoppings. Entretanto, com a finalidade exclusiva de venda das roupas e
artigos de luxo e moda para mulheres, além de diversos tecidos, que ficavam em
exposição e só eram vendidos após a escolha dos clientes, evitando o acúmulo de
poeira nos mesmos.
Hoje em dia, o edifício é aberto
a visitação durante o horário comercial, podendo ser vistas as consideradas
mais famosas escadarias da cidade, com duas estátuas femininas segurando os
lustres antigos e centenários. A Casa é um legado da moda e da história na
cidade de Belém, que fora perdida durante a decadência da época da borracha.
CRONICA PUBLICADA NO JORNAL A PROVÍNCIA DO PARÁ, 30 DE MAIO DE 1976, POR AUGUSTO MEIRA FILHO
“O atual prédio da Casa Paris
N'América foi trazido da Europa por seu proprietário, Francisco Pereira da
Silva Castro, de nacionalidade portuguesa que aqui chegou aos 14 anos de idade. Construíram-no os mestres portugueses: Salvador e Mesquita, sob a orientação
técnica do Engenheiro Raimundo Viana. As obras começaram em 1906 e concluídas
em 1909. O terreno custou cento e cinquenta contos de réis e a construção
oitocentos contos de réis. Estrutura em aço foi importada da Escócia (Glasgow)
e o piso em cerâmica desenhada veio de Berlim. O revestimento externo em
cantaria portuguesa (Lioz), veio preparado de Portugal. Os tetos foram todos
trabalhados em estuque a gesso.
A escada, os lustres, espelhos e vidrarias, são
todos de origem francesa. E o notável relógio mecânico, fixado no torreão
coroando o prédio, é de fabricação alemã. O tradicional edifício do comércio de
Belém é um dos mais belos monumentos arquiteturais da cidade e da Amazônia.
Preservêmo-lo”.
da redação/ fotos: Divulgação
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