Existem momentos em que a mansidão do rio e a calma da natureza amazônica são divinamente alteradas, quando os “Homens de Deus” aparecem no horizonte, com suas trombetas anunciando a Paz em barcos evangelizadores. Eles vêm trazer um pouco do muito que faz esse povo feliz espiritualmente.
Mas não é só isso, Um homem de muito saber ensina como é que os nativos evitam doenças fervendo a água, outro diz que melhor é colocar em filtros que eles mesmos trazem e ajudam a montar. Espalhados por localidades como Lago Grande, Rio Trombetas, outros na região do Ituqui, Arapiuns e assim vai...
Mesmo em lugares inimagináveis, por serem quase inacessíveis, existem pessoas que estão muito perto ao coração do Pai. Graças a Deus, que inspira a ação desse apóstolos dos rios, missionários da Amazônia e seus projetos de evangelização, como o projeto AMOR, com o barco AMOR Beatriz, e muitos outros que singram os rios soando trombetas que anunciam a Palavra Santa. Eis o mistério da Fé, buscado até em meio ao cotidiano de rios e florestas, em uma nação chamada Amazônia.
PASTOR PEDRO GODINHO, O INDIANA JONES
DA EVANGELIZAÇÃO NA AMAZÔNIA
Pastor Pedro Godinho, mora em Porto Trombetas, no Pará, e lá pastoreia a Igreja Batista. Incansável em seu trabalho pastoral, ele também desenvolve várias atividades de evangelização, discipulado e treinamento de líderes em comunidades ribeirinhas e indígenas. Com mais de duas décadas espalhando o Evangelho pelos rios do Pará e Amazonas, nesta edição da Via Amazônia, ele revela histórias curiosas e relatos fantásticos.
“Uma família viajava em um rabeta [pequena embarcação motorizada muito comum na região], quando foi surpreendida por um forte temporal, que fez a embarcação virar no meio do rio. O pai, apavorado, começou a gritar, pois na rabeta havia uma criança.
Milagrosamente, Deus providenciou um meio de se salvarem. Depois do ocorrido, o pai contou que Jesus os livrou porque tinha o propósito de salvá-los da condenação eterna. A família inteira se rendeu a Jesus”.
Pastor Pedro Godinho, narra outro testemunho que presenciou em uma comunidade próximo da cidade de Manacapuru, no Amazonas: “O povo daquela vila não gostava de crentes, por isso não tivemos uma resposta positiva ao nosso pedido para realizar um culto lá. Eu estava na companhia de vários pastores, pois estávamos em treinamento estudando o livro de João. O professor me perguntou o que iríamos fazer. 'Vamos orar!', respondi. Assim fizemos. Após a oração, sentimos que devíamos voltar à Vila, mas sem a Bíblia na mão desta vez. O líder da comunidade estava com o coração duro, mas através da oração não tem coração duro que Deus não possa amolecer. Resultado: conseguimos realizar o culto e toda Vila ouviu o Evangelho. No final, perguntaram quando iríamos voltar outra vez e nos presentearam com muitos peixes. Aprendi que não devemos desistir de falar de Jesus, mesmo diante das resistências.”
Perfil de um verdadeiro apóstolo dos rios amazônicos
Via Amazônia - Como começou este trabalho e há quanto tempo você está envolvido nele?
Pastor Pedro Godinho- O meu chamado para o ministério pastoral, começou em 1992. Sempre tive a graça de desenvolver esse trabalho juntamente com Luiza, minha esposa. Nosso envolvimento passou a ser maior em 2008, quando conheci muitos rios e vilas nas proximidades da cidade de Maués, no Amazonas: Rio Marau, Urupadi, Lago Preto, Lago do Castanhal, Maués-Açu. Também já desenvolvemos trabalhos em cidades amazonenses: Boa Vista do Ramos, Barrerinha e Parintins. No estado do Pará, estamos trabalhando com os quilombolas no rio Trombetas e no rio Cuminá.
Via Amazônia - Quais atividades você desenvolve, na Obra de Deus?
Pastor Pedro Godinho- Faço o trabalho de pastoreio, evangelismo, discipulado, formação de líderes e trabalhos sociais em comunidades ribeirinhas e também nas aldeias indígenas como: etnia Wai Wai, que fica situada no rio Mapuera acima do alto Trombetas, no Pará, e com a etnia Sateré Maué, no rio Marau e Urupadi, no Amazonas.
Via Amazônia - Quais são as maiores dificuldades enfrentadas?
Pastor Godinho- É muito importante ter apoio para desenvolver o trabalho de maneira mais tranquila. Entretanto, temos algumas dificuldades com transporte e ajuda financeira. Na maioria das vezes, faço as viagens com dinheiro próprio.
Via Amazônia - O trabalho que realizado é vinculado a alguma igreja, denominação ou missão?
Pastor Pedro Godinho- Sou pastor da igreja Batista de Porto Trombetas, no Pará, que está vinculada a Convenção Batista do Brasil. Até 2010, tinha apoio da Missão Paranorte. Depois tive que conseguir outros recursos para continuar as viagens missionárias. A igreja onde pastoreio, tem me dado apoio nesse trabalho e fico grato a Deus por isso.
Via Amazônia - Já é possível ver algum resultado do trabalho?
Pastor Pedro Godinho- Sim, e isso nos encoraja a continuar. No rio Maués Açu, hoje tem vários trabalhos abertos. Também temos vários trabalhos funcionando com obreiros locais no rio Marau e rio Urupadi. Os próprios índios que já receberam treinamento estão levando o trabalho em frente. Hoje temos um missionário indígena trabalhando naquela região, apoiando e abrindo novos trabalhos. No rio Cuminá, os trabalhos estão avançando com os próprios obreiros locais. No rio Alto Trombetas, onde mora somente os quilombolas, temos vinte comunidades e parte delas já foram alcançadas com o evangelho. Lá, também desenvolvemos trabalhos sociais em parceria com a Missão Paranorte. Na comunidade Mamaurú, região de Óbidos (PA), estamos instalando sistema para que o povo tenha acesso a água potável.
Texto; Roberto Santos/Via Amazônia
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