Dado é do Ibama, que realiza, junto da PF, operação para coibir
desmate em 2 áreas
DHIEGO MAIA
A reserva indígena
Serra Morena, da etnia dos cinta-larga, localizada no município de
Juína, distante 735 quilômetros de Cuiabá, já perdeu mais de dois mil
hectares de vegetação nos últimos anos, segundo monitoramento do
Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis
(Ibama). Serra Morena e a reserva Aripuanã, que concentram em suas
terras pouco mais de 800 cinta-Largas, têm sido alvo de operações
ambientais que visam coibir a extração, o transporte e a venda ilegal de
madeira pertencente a terras da União.
A crescente urbanização
cada vez mais próxima das reservas, os processos
de colonização e as longas distâncias dessas áreas do poder constituído têm facilitado os ilícitos ambientais.
de colonização e as longas distâncias dessas áreas do poder constituído têm facilitado os ilícitos ambientais.
Até o momento, a Operação Arco de Fogo já
prendeu 12 pessoas entre madeireiros e caminhoneiros que insistem em
estabelecer atividade madeireira ilegal na região. As duas reservas são
palco de ilícitos ambientais há décadas. Os responsáveis pela
devastação abrem estradas no meio da floresta e chegam a montar
serrarias móveis, aptas a serem desmontadas com a aproximação dos
agentes de fiscalização.
De acordo com informações do chefe da
Divisão de Controle e Fiscalização do Ibama, Luciano Guerra Cotta, a
vida miserável que os indígenas levavam é que propiciou a entrada de
grandes grupos de madeireiros pela região. “Foi constatada a situação
de miséria encontrada nas aldeias. Isso os isolou dos órgãos públicos”,
revela.
Desamparados pelos órgãos públicos, os indígenas
passaram a confiar nos madeireiros, que, em troca da exploração,
revertia aos índios pequenas doações de alimentos, presentes e
combustíveis. Mas a situação se reverteu. “Os índios foram
esclarecidos de que os aliciadores pagavam 20 vezes menos o que a
madeira extraída valia”.
A operação agora busca identificar quem
realmente participou da degradação das terras dos cinta-largas para
lavratura dos autos de infração. Agentes do Ibama ainda não sabem a
quantidade de maquinário e madeira apreendida. Em apenas um dia,
segundo o Instituto, foram apreendidos 10 caminhões carregados de toras
de madeira de lei, que no mercado podem custar R$ 600 o metro cúbico. A
operação ainda faz mensuração da área devastada da terra indígena de
Aripuanã. Os agentes ambientais não devem sair do extremo norte
mato-grossense tão cedo. Eles identificaram áreas do entorno de muitas
reservas indígenas que também estão sendo devastadas.
Local: Cuiabá - MT
Fonte: Diário de Cuiabá
Link: www.diariodecuiaba.com.br
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