quarta-feira, 28 de julho de 2010

Monte Alegre, município do Pará

Monte Alegre ASPECTOS HISTÓRICOS E CULTURAIS HISTÓRICO Foram os religiosos capuchos da Piedade que deram início a colonização do atual município de Monte Alegre. Iniciaram o trabalho de catequese à margem esquerda do rio Amazonas, com os índios da aldeia de Gurupatuba, criaram um núcleo, a partir do qual foi constituída a freguesia de São Francisco de Assis. A partir de 1754, Francisco Xavier de Mendonça Furtado, irmão do Marquês de Pombal, veio governar o Estado do Grão-Pará e Maranhão. E realizou notável administração. Em 1758, após a expulsão dos jesuítas, o governador Francisco Xavier de Mendonça obedecendo a política adotada pelo Marquês de Pombal, que expulsava todos os jesuítas de Portugal e de suas colônias, e em cumprimento a uma determinação real, deixou Belém em direção ao rio Negro, para acertar os limites das terras dos reinos de Portugal e Espanha. E também cumprindo outra determinação, de 6 de junho de 1755, para que erigisse em Vila todas as povoações que julgasse merecer essa elevação, assim deu à freguesia de São Francisco de Assis, em 27 de fevereiro, o predicamento de Vila, com a denominação de Monte Alegre. Deu-lhe o nome português de Monte Alegre, dentro da política de substituir as denominações indígenas por topônimos de Portugal, entusiasmado pela paisagem do lugar. Como vila, Monte Alegre teve um progresso no período colonial. Em 1765, a vila era dirigida pelo tenente Manoel Lobo D'Almada, quando foi inaugurada uma grande olaria para fabricação de telhas e tijolos, com excelente cotação no mercado externo, principalmente Belém e Macapá. Em 1768 Lobo D'Almada deixou a direção da vila e foi substituído por João Gutteres de Cartenes. Em 1824, houve na região o primeiro grande movimento armado após a Independência, envolvendo as vilas de Santarém e Monte Alegre. O caso é que a Independência não contentara, de uma vez por todas, aos nacionalistas. É que a Província do Pará passara a pertencer ao Brasil, mas o mando continuava em mãos dos portugueses, que eram donos de toda a economia local. Primeiramente houve a subelevação de Cametá, que alastrou-se por todo o interior. Em Santarém, espécie de capital do Baixo-Amazonas, tratou-se de organizar a defesa da região. Os insurretos, que já tinham ocupado Gurupá e Prainha, atacaram Monte Alegre à meia-noite de 13 de março de 1824 e depois seguiram para Alenquer. De Santarém seguiu um destacamento para combater os insurretos. Foram vitoriosos em Alenquer, mas tiveram que debandar no combate em Monte Alegre. Os legalistas retornaram com reforços à Monte Alegre, a partir das confabulações que foram mantidas e das promessas de anistia aos rebeldes, estes depuseram as armas. No dia 9 de julho assinaram um termo de paz "feito entre os povos de Monte Alegre e vila de Santarém". Redigiu o acordo, o escrivão Manoel Antonio Barbosa (comandante de Monte Alegre), Antonio de Oliveira Batista, e outros. A Comarca de Monte Alegre teve sua criação datada de 5 de agosto de 1873 (lei provincial nº 772). Também no Império foi elevada à categoria de cidade, a 15 de março de 1880 (lei provincial nº 970). A última Câmara do regime monárquico foi presidida por Joaquim José da Costa. Com o advento da República, todas as Câmaras Municipais foram extintas, e em seu lugar, criadas Conselhos de Intendência. Assim, a Câmara Municipal de Monte Alegre foi extinta a 3 de fevereiro de 1890, no mesmo dia pelo Decreto nº28, foi criado o seu Conselho de Intendência, sendo nomeados, seus ocupantes. Em 1891 realizou-se o primeiro pleito municipal sob o novo regime, sendo eleito como intendente Augusto Teodorico Nunes. Conforme disposição do Decreto nº 6, de 4 de novembro de 1930, o Município foi mantido, acrescido das terras pertencentes ao município de Prainha, que havia sido extinto, situação que foi confirmada no quadro da divisão administrativa relativo ao ano de 1933, ocasião em que aparece constituído somente pelo distrito-sede. Através da Lei nº 8, de 31 de outubro de 1935, o município de Portel foi restaurado, desanexado assim de Monte Alegre, que através da mesma lei figura na relação dos municípios do Estado. Pelos quadros da divisão territorial para o período de 1936-1937, o Município está constituído de dois distritos: Monte Alegre e Maicuru. Em face ao Decreto-Lei nº 3.131, de 31 de outubro de 1938, parte da zona de Tapará, que pertencia a Santarém, foi incorporada a Monte Alegre. Na divisão territorial, em vigor no período de 1939-1943, o Município apresenta-se com um único distrito composto de três zonas: Monte Alegre, Maicuru e Costa do Tapará. Na divisão territorial, estabelecida pelo Decreto-Lei nº 4.505, de 30 de dezembro de 1943, para o período de 1944-1948, o Município constituído apenas do distrito-sede e, dessa forma, permanece até hoje. CULTURA A mais expressiva manifestação religiosa do município de Monte Alegre é a festa de São Sebastião, comemorada no mês de janeiro, na capela de São Sebastião (na Cidade Baixa), cujos festejos são acompanhados de procissão, arraial, leilão e corrida de argolinha. Outras festividades religiosas, porém merecem destaque, tais como a Festa de Santa Maria, padroeira de vila de Paricá, no mês de maio; a festa de Nossa Senhora do Livramento, padroeira do bairro do Surubiju; a festa de São Raimundo, nas áreas do PIC-MA, na Gleba Inglês de Souza, no mês de agosto; e, em dezembro, a festa de Santa Luzia, padroeira da Cidade Baixa. Entre as festividades de caráter popular, figuram o carnaval, bastante animado pelas três escolas de samba da cidade (Boêmios do Morro, Escola de Samba Pai Tunaré e Escola de Samba Família no Samba); a Copa Rural, campeonato futebolístico entre clubes da zona rural; a quadra junina, com exibições de vários grupos de quadrilhas e apresentações de bois e pássaros. Há, ainda, o "reveillon" do Esporte Clube Norte Montealegrense, que apresenta uma nota original, quando do rompimento do Ano Novo: todos os presentes, de pé, cantam o Hino Nacional. O patrimônio cultural de Monte Alegre é rico em manifestações. Os grupos mais atuantes são os pássaros, os bois-bumbás, a Formiga Cabeçuda (modalidade de dança), o carimbó e a Folia do Ariri, em homenagem a São João Batista, festejado no mês de junho. O artesanato local é rico e expressa a arte e a sabedoria dos montealegrenses que se destacam na cerâmica e tecelagem de palha, na pintacuia (atividade de pintar cuias), na pintura primitiva (pintura à óleo em madeira, tecidos ou latas), na balata (modelagem de figuras variadas), nas esteiras e outras peças. A Biblioteca Municipal e a Casa da Cultura constituem os equipamentos culturais de que dispõe o Município para resguardar e divulgar a cultura local. ASPECTOS FÍSICO-TERRITORIAIS LOCALIZAÇÃO O município de Monte Alegre pertence à mesorregião do Baixo Amazonas e à microrregião Santarém. A sede municipal, apresenta as seguintes coordenadas geográficas: 02º 00' 15"S e 54º 04' 45"W Gr. LIMITES Ao Norte - Município de Almeirim A Leste - Municípios de Almeirim e Prainha Ao Sul - Municípios de Prainha e Santarém A Oeste - Município de Alenquer SOLOS Os solos do município de Monte Alegre são constituídos, predominantemente pelo Latossolo Bruno Avermelhado (terra roxa estruturada); O Podzólico Vermelho-Amarelo equivalente Eutrófico VEGETAÇÃO A cobertura vegetal é representada por espécies que acompanham, generalizadamente, as condições do relevo do território. Nas áreas de terra firme, encontra-se a Mata Equatorial Amazônica, embora com espécies de menor porte e formações secundárias ou Capoeiras em diversos estágios. Nas áreas alagáveis, há Florestas de Várzea. Nas porções planas, há Campos Abertos com presença de gramíneas duras, espécies arbustivas, assemelhando-se aos Campos Cobertos. Estão presente, também, como vegetação campestre, estão presentes os campos Altos, mais ricos que os Campos de Relevo Plano, com gramíneas e árvores dispersas. Nas porções mais elevadas das serras e chapadas está presente a Campinarana ou falsa Campina está presente, constituindo uma formação intermediária, onde se encontra associação de elementos florísticos de campos, campinas e matas. PATRIMÔNIO NATURAL A alteração da cobertura vegetal em imagens LANDSAT-TM do ano de 1986, era de 8,441%. É um Município de grande patrimônio natural, destacando-se os rios Amazonas e Maicuru, a ilha Grande de Gurupatuba, a cachoeira Pancada Grande, o salto do Castanhal, as serras Ererê, Paituna, Mutuaca, Itanajari, Azul, Taboca, Oriental e Ocidental, o campo do Desterro, as fontes de águas hipotérmicas e sulfurosas de qualidades terapêuticas e o lago Grande, muito picoso, com 56.611 ha. A área indígena Paru D"Este, com 1.182.800 ha. (11.828 Km²), localiza-se parte neste Município e parte no município de Almeirim. Propõem-se áreas de conservação e preservação, como "Pouso das Garças", na serra Ocidental; "Lago Grande"; "Águas Hipotérmicas e Sulfurosas" e ainda as serras do Ererê, Paituna, Matuaca e arredores. TOPOGRAFIA O Município apresenta grande variação na sua topografia, crescente a partir da calha do rio Amazonas, com suas áreas inundáveis, até atingir cotas de 400 a 450m em sua posição mais setentrional. A sede municipal acha-se sobre áreas colinosas e serranas, com a parte mais elevada atingindo 200m, e a mais baixa 110m, permitindo, com isso, que o sítio urbano possua cidade alta e baixa. GEOLOGIA E RELEVO A geologia do Município é representada por formações geológicas, que indicam uma grande variação temporal dos processos geológicos atuantes. Assim, apresenta unidades do Quaternário Antigo, que constituem as faixas arenosas em seu território e áreas de material recente nas várzeas dos principais cursos d'água. Apresenta terrenos mesozóicos, como os sedimentos da Formação Itanajari (arenitos e conglomerados) e rochas vulcânicas básicas (diabásios). Obedecendo à seqüência geológica, apresenta sedimentos da idade paleozóica, que correspondem ao empilhamento da sinéclise do Amazonas, representados pelas formações de idade Siluriana (Fm. Trombetas); Devonianas (Maecuru, Ererê e Curuá) e Carboníferas (Monte Alegre, Itaituba e Nova Olinda). Complementando o quadro geológico, na porção Norte do Complexo Guianense, Supergrupo, Uatumã e rochas alcalinas. O relevo do território se respalda essencialmente na geologia onde nos terrenos cenozóicos (Quaternário antigo e recente) são formadas áreas de várzeas e terraços, enquanto que, no Terciário (Fm. Barreiras) correspondem áreas de baixos platôs amazônicos. Os setores mesozóicos e paleozóicos apresentam pequenas chapadas e colinas, ou áreas mais expressivas, representadas pela serra do Itanajari (360m), chapada do Ererê (284m), que revelam relevos cuestiformes, com escarpas voltadas para o lado Sul, e suas declividades, para o Norte. Regionalmente, o relevo insere-se nas grandes unidades morfoestruturais, a saber: Planalto Rebaixado do Médio Amazonas, Planalto da Bacia Sedimentar do Amazonas, Depressão Periférica do Norte do Pará e restos do Planalto dissecado Norte da Amazônia. HIDROGRAFIA Os rios mais importantes são Amazonas que serve de limite com o município de Prainha, ao Sul; e o Maicuru, afluente da margem esquerda do Amazonas que atravessa o Município de Norte para Sul com seus afluentes rio Cauçu e os igarapés: Fartura, Ipixuna Grande, Jangada e outros, apresenta trechos encachoeirados no seu curso superior e médio. O rio Maicuru deságua no lago de Gurupatuba ou Grande de Monte Alegre, o qual leva suas águas para o rio Amazonas. CLIMA Os dados sobre clima são respaldados pela estação pluviométrica mais próxima de Taperinha (Santarém), a 80 Km da sede de Monte Alegre. Apresenta clima tipo Am, da classificação de Kôppen, com média mensal de temperatura mínima superior a 18ºC, estação seca de pouca duração, umidade elevada, amplitude térmica inferior a 5ºC, e disponibilidade de água no solo. As precipitações pluviométricas, com cerca de 1.969mm, apresentam distribuição irregular durante o ano. A estação mais chuvosa é a que vai de dezembro a junho, sendo março o mês mais chuvoso. A estação menos chuvosa é a que vai de julho a dezembro e apresenta totais mensais inferiores a 60mm. O período de excesso de água no solo vai de fevereiro a julho. Neste último mês, chega a apresentar 217 mm. Já em setembro, o mês mais deficiente, apresenta 84mm. Fonte: SEPOF-PA Portal Amazônia 06/02/2007 - KR

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