Altamira ASPECTOS HISTÓRICOS E CULTURAIS HISTÓRICO
A origem do município de Altamira está relacionada com o pioneirismo da presença dos missionários da Companhia de Jesus no rio Xingu, antes de 1750. Após ao vencerem, por terra, a Volta Grande daquele rio, os jesuítas introduziram os primeiros traços de civilização naquela região.
Na margem esquerda do rio Xingu, acima da foz do rio Ambé, fundaram uma missão religiosa. Fazendo ligação entre essa missão e a localidade de Cachoeira, no rio Tucuruí havia uma estrada primitiva, que desempenharia um papel importante na história de Altamira.
Após a expulsão dos jesuítas, esta estrada ficou praticamente abandonada e foi posteriormente reconstruída, em 1868, pelos, Capuchos da Piedade, dos frades Ludovico e Carmelo de Mazzarino, com índios das tribos Tacuúba, Penes e Jurunas, aos quais depois se juntaram os índios das tribos Achipaiás, Curiarias, Araras e Carajás.
Ao se instalarem na antiga missão dos jesuítas, os Capuchinhos reergueram-na e, contando com um número maior de índios de diferentes tribos, promoveram o seu crescimento e desenvolvimento. A partir dessa missão dos capuchinhos estabeleceram-se os fundamentos de um povoamento que, transformou-se no povoado de Altamira, mais tarde vila de Altamira.
Não se sabe, entretanto, a data precisa em que o povoado foi fundado. Pela tradição deixada pelos capuchinhos, o major Leocádio de Souza, viu a possibilidade de reconstruir o caminho, não mais de Cachoeira, porém, da foz do rio Tucuruí até o povoado de Altamira e, neste sentido, organizou uma destacada expedição para efetuar o seu definitivo reconhecimento.
Como não obteve êxito, posteriormente, em 1880, o coronel Gaiôso retomou a empreitada, com um grande número de escravos de sua propriedade, abrindo um pico da foz do rio Joá à embocadura do rio Ambé, iniciando a construção de uma boa estrada de rodagem, que ficou paralisada e perdida em conseqüência da Lei Áurea de 13 de maio de 1888, que o privou de sua escravaria.
O baiano Agrário Cavalcante resolveu continuar a tarefa, na parte relativa à abertura da estrada para o Ambé, não conseguindo porém ver seus esforços coroados de resultados, uma vez que veio a falecer. Seu sobrinho José Porfírio de Miranda Júnior concluiu definitivamente a grande via e adquiriu a sua propriedade. Essa estrada foi um elemento importante de prosperidade de Altamira. Em face da Lei n.º 811, de 14 de abril de 1874, foi criado o município de Souzel, incluindo no seu território o povoado de Altamira.
Devido à sua grande extensão, Souzel (o maior Município do Estado do Pará) necessitava de uma divisão administrativa, bem como se fazia necessário o estabelecimento de um Governo Municipal, no alto Xingu, que era uma região mais desenvolvida do que o baixo Xingu. Com isso, Souzel foi desmenbrado, dando origem ao município de Xingu, incorporando Altamira, que passou a sede do novo Município.
Pelo Decreto Legislativo nº 1.234 de 6 de novembro de 1911, o poder público, resolveu criar o município de Altamira, passando o Souzel a ser distrito desse novo Município. Fixando, o Decreto nº 1852 de 29 do mesmo ano, para o dia primeiro de janeiro do ano seguinte, a sua instalação.
A cidade de Altamira recebeu esse título pela Lei nº 1604 de 27 de setembro de 1917, ao mesmo tempo que transferiu para ali a sede da comarca do Xingu. Os Decretos Estaduais de números 6 de 4 de novembro de 1930 e 72 de 27 de dezembro do mesmo ano mantiveram o município de Altamira.
Pelo dispositivo da Lei Estadual de nº 8 , de 31 de outubro de 1935, que menciona todos os municípios existentes no Pará, manteve o denominado Xingu, compreendendo o território do antigo município de Altamira e a subprefeitura do Xingu, sede na cidade de Altamira.
No quadro da divisão territorial, datado de 31 de dezembro de 1936, o município de Xingu, ainda com sede em Altamira, compunha-se de onze distritos: Altamira, Novo Horizonte, São Félix, Porto de Moz, Tapará, Vilarinho, do Monte, Veiros, Aquiqui, Souzel e Alto Xingu.
Conforme disposto no Decreto-Lei nº 2.972 de 31 de março de 1938, o município de Xingu teve seu nome alterado para Altamira, o qual estava integrado por dois distritos: Altamira e Novo Horizonte.
Segundo a divisão territorial estabelecida pelo Decreto-Lei nº 3.131 de 31 de outubro de 1938, para o período 1939-43, o município de Altamira apresentava-se constituído pelo distrito sede, dividido em duas zonas, sendo a primeira: Altamira e Iriri Curuá e a Segunda: Novo Horizonte e São Félix.
Pela divisão estabelecida pelo Decreto nº 4.505, de 30 de dezembro de 1943, para o período de 1944-48,o Município compunha-se de dois distritos: Altamira e o de Gradaús, antigo Novo Horizonte. Em 1955 houve uma primeira tentativa de desmembramento do seu território para constituir os municípios de São Félix do Xingu e Souzel, mas o Supremo Tribunal Federal a considerou inconstitucional.
O governo do Estado do Pará, em janeiro de 1956, tornou insubsistente tal desmembramento. Porém, em 1961, através da Lei nº 2.460 de 29 de dezembro, durante o governo de Aurélio Corrêa do Carmo, o município de Altamira foi desmembrado para reconstituir o município de Souzel, com o nome de Senador José Porfírio e criar o município de São Félix do Xingu.
Em 1991, teve novamente seu teritório desmembrado para dar origem, juntamente com parte dos territórios de Medicilândia e Porto de Moz, ao município de Brasil Novo. Também deu origem ao município de Vitória do Xingu, desanexando parte do seu território e dos municípios de Senador José Porfírio e Porto de Moz, perdendo assim o distrito de Gradaús. Atualmente, é integrado somente pelo distrito-sede.
CULTURA
A única manifestação religiosa de que se tem conhecimento do município de Altamira é a festa em homenagem ao Santo Padroeiro São Sebastião, comemorado, no dia 20 de janeiro. O festejo conserva de um lado, o seu caráter religioso, com missas, novenas e procissões e de outro, o caráter profano com arraial, leilões etc.
Os principais produtos do artesanato local são as cestas, louças, maracás, colares e cerâmicas. Ganham destaque também, as peças confeccionadas, a partir do caroço de tucumã, espinha de peixe, pena, tala e argila. A Biblioteca Pública, a Casa da Cultura e o Teatro Amador Sesiano são considerados os principais espaços culturais do município.
ASPECTOS FÍSICOS - TERRITORIAIS LOCALIZAÇÃO
O município de Altamira pertence a messoregião Sudoeste Paraense e a microrregião Altamira. A sede municipal, tem as seguintes coordenadas: 03º 12'00'' de latitude Sul e 52º 13' 45 " de longitude a Oeste de Greenwich.
LIMITES
Ao Norte - Vitória do Xingu, Brasil Novo, Medicilândia, Uruará, Placas e Rurópolis
A Leste - Senador José Porfírio, São Félix do Xingu e Vitória do Xingu
Ao Sul - Estado do Mato Grosso
A Oeste - Itaituba, Trairão e Novo Progresso
SOLOS
Várias classes de solos predominam no Município. Grandes manchas de Latossolo Amarelo texturas média e argilosa; Latossolo Vermelho-Amarelo texturas média e argilosa; Podzólico Vermelho-Amarelo texturas média e argilosa e equivalente eutrófico Terra Roxa Estruturada. Em menor ocorrência, aparecem os solos Litólicos distróficos Gleis e Aluvial eutróficos e distróficos.
VEGETAÇÃO
Predomina no Município a Floresta Aberta latifoliada (cipoal) e a Floresta Aberta Mista (Cocal), na sub-região da superfície arrasada do Médio Xingu/Iriri. No baixo Iriri, encontra-se a Floresta Densa submontana em relevo dissecado e ao norte do Município, próximo à sede, encontra-se a Floresta Densa dos Terraços em mata ciliares da sub-região dos altos platôs paleozóicos do Pará/Amapá, já bastante alterada pelo desmatamento, incrementado a partir do programa de Colonização das margens da rodovia Transamazônica.
Nessa área, o predomínio é o da Floresta Secundária intercalada com tratos cultivados com pastagens de cana-de-açúcar, cacau e cultivos de subsistência.
PATRIMÔNIO NATURAL
A alteração da cobertura vegetal, observada nas imagens LANDSAT-TM, do ano de 1986, era apenas de 0,87%, porém, esse percentual torna-se significativo, em vista do tamanho do Município, que é o maior do Brasil com 161.445,90 Km². Os acidentes geográficos mais importantes são os rios Xingu e Iriri, de grandes belezas cênicas devido principalmente, ao número de cachoeiras e ilhas.
Nas suas pujantes florestas, encontram-se várias áreas indígenas, que são: área indígena Arara, com 1.060.400 ha. (10.604 Km²), sendo que pequena parte dela está nos municípios de Uruará e Santarém; área indígena Arara I, com 235.600 ha (2.356 Km²), do qual pequena parte está nos municípios de Medicilândia e Uruará, área indígena Arawetê, com 985.000 ha (9.850 Km²), reserva indígena Baú-Menkraghoti, com 665.600 ha (6.656 Km²); área indígena Curuá, com 13.000 ha (130 Km²); área Indígena Kararaô, com 224.000 ha (2.240 Km²); e área indígena Koatinemo, com 288.600 ha (2.886 Km²), sendo parte em Senador José Porfírio.
TOPOGRAFIA
A topografia do Município é bastante variada, com as maiores altitudes oscilando em torno de 600 metros, na porção sul do seu território. Na sede municipal atinge 60 metros, sendo uma das áreas mais baixas do Município, localizada num trecho do médio curso do rio Xingu.
GEOLOGIA E RELEVO
No município de Altamira, a geologia é bastante complexa, havendo grande extensão de áreas do Pré-Cambriano, que predominam praticamente em todo o seu território. Nelas estão expostas rochas do Complexo Xingu, com tendência granito-gnaíssico - migmatíticas; Super-grupo Uatamã com seus componentes vulcânicos : Formações Iriri e Sobreiro, Granito Velho Guilherme, de natureza instrusiva e portadores de cassiterita e ainda, Formações Gorotire e Triunfo, de natureza sedimentares.
Ao norte de seu território, constituindo uma extensa faixa de direção geral SW-NE, estão expostos os sedimentos paleozóicos do flanco sul da Bacia Amazônica, representados pela Formação Trombetas (Siluriano), Formação Curuá (Devoniano Médio) e Formação Monte Alegre do Carbonífero Inferior.
Nesta faixa assoma, também, rochas básicas de idade Mesozóica, completando a seqüência estratificada com os sedimentos Cenozóicos que englobam o Campo Barreiras (Terciário) e Aluviões Subatuais e Recentes do Quaternário. aaaa
Acompanhando essa complexa estrutura geológica, seu relevo é bastante movimentado e variado, fazendo parte regionalmente, das unidades morfoestruturais Depressão Periférica do Sul do Pará e Planalto Dissecado do Sul do Pará. Há inclusive, os setores de Planalto Rebaixado da Amazônia, englobam formas de relevo caracterizadas por áreas de pequenas serras cristalinas, morros isolados (inselbergs), superfícies e escarpas tabulares, pequenas cuestas, setores de colinas, tabuleiros, terraços e aluviões.
HIDROGRAFIA
O principal rio é o Xingu que, na porção nordeste do município, o atravessa no sentido sul-norte. Recebe inúmeros rios e igarapés, sendo o mais importante o rio Iriri afluente da margem esquerda que deságua no Xingu, antes da "volta grande", a cerca de 80 Km da sede.
A bacia do Iriri, com sua extensa rede de drenagem, confere ao Município um grande potencial natural, além de servir de vias de penetração interior. Os principais afluentes do rio Iriri pela margem esquerda são o Curuá, Catete, Chiché e Riozinho do Amfrísio e, pela margem direita, os rios Iriri Novo, Ximxim, Riozinho Jucatã, Carajaí e Novo.
O curso encachoeirado dos rios dessa bacia reflete a grande área de formações cristalinas. Pela margem direita do rio Xingu, na área do Município destacam-se os rios: Ituna, que serve de limite parcial a noroeste com o município de Senador José Porfírio; o Ipiaçava e os igarapés; Piranhaquara, Ipiseuna, São José e outros.
CLIMA
O clima do Município é do tipo equatorial Am e Aw, da classificação de Köppen. O primeiro, predominante na parte norte do município, apresenta temperaturas médias de 26ºC, e precipitação anual, girando em torno de 1.680 mm, sendo que os meses mais chuvosos vão de dezembro a maio e, os menos chuvosos, de junho a novembro. O segundo - ao sul é o Aw - em virtude da extensão do Município, passa por uma transição até alcançar o tipo savano,. O excedente de água ocorre entre fevereiro e abril e a maior deficiência, em setembro. Fonte: SEPOF-PA Portal Amazônia 05/02/2007 - KR
Fonte: http://portalamazonia.globo.com/
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